Serra, Aécio, Dilma e Ciro são nomes para 2010, diz jornal inglês

O jornal inglês "Financial Times" apontou nesta terça-feira (8) quatro nomes considerados "de grande influência" no cenário político nacional que podem liderar a próxima corrida presidencial, em 2010: José Serra (PSDB), Aécio Neves (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Ciro Gomes (PSB). No caderno especial dedicado ao Brasil, divulgado hoje, a publicação traz um pequeno perfil de cada um deles. "José Serra, o principal candidato do partido de oposição PSDB, é o mais não-brasileiro dos políticos", afirma o FT. Conforme o jornal, enquanto os brasileiros são reconhecidos por sua cordialidade, Serra é uma figura "intelectualmente intensa e abrasiva, obcecada pelos detalhes do dia-a-dia da política".

"Até velhos amigos da comunidade exilada durante o período militar avaliam que o trato com ele é duro, apesar de ninguém duvidar do seu grande talento", diz o FT. O jornal aponta que Serra é "conhecido como desenvolvimentista", informa que o atual governador de São Paulo teve papel importante durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. "Como ministro da Saúde, arquitetou um bem sucedido programa de combate à Aids e confrontou a indústria farmacêutica no caso dos medicamentos genéricos", segundo o jornal.

Sobre Aécio Neves, o FT lembra que ele estreou na política como secretário do seu avô, Tancredo Neves, "um líder democrático que teve papel relevante no final da ditadura militar". Ele é apresentado como o governador popular de Minas Gerais e pioneiro em desenvolver parcerias com o setor privado para o setor de infra-estrutura. "Ao mesmo tempo, tem sido iconoclasta ao quebrar o antagonismo que tem dividido o PSDB do Partido dos Trabalhadores, de Luiz Inácio Lula da Silva." No entanto, prossegue a publicação, "é visto como individualista e recusou, por exemplo, o apoio ao seu próprio partido durante as eleições de 2006."

Base aliada

Dentro do PT, Dilma Rousseff surge como uma das principais competidoras para as próximas eleições, aponta o FT. "Isso se deve principalmente à sua reputação de trabalhadora compulsiva e administração dura." No mais reduzido dos perfis, o jornal diz que a atual ministra da Casa Civil, e ex-ministra de Minas e Energia, pegou em armas 38 anos atrás na luta contra o governo militar. Ela ficou na prisão por três anos e foi torturada. "Rousseff foi solta em 1973 e tem sido ativa em vários partidos de esquerda desde então."

O quarto apresentado é Ciro Gomes. O FT lembra as diversas trocas de partidos do político, que já foi do PMDB, flertou com o PSDB e concorreu à presidência pelo PPS, antes de chegar ao PSB. "Carismático, de aparência jovem e glamouroso – em parte por seu casamento com Patrícia Pillar, uma estrela de novelas – muitos o vêem como o mais provável candidato pró-Lula a sobreviver a um segundo turno contra José Serra", diz o jornal britânico. A publicação ressalva, no entanto, que Gomes também é temperamental e "propenso a perder a moderação em público".

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