O senegalês Bernard Founou Tchuigoua, diretor de pesquisa do Fórum do Terceiro Mundo no Senegal, questionou hoje a atuação de organizações não governamentais (ONGs) nos países africanos, cuja ação, segundo ele, ajuda a impedir a formação de instituições de Estado. Segundo o ativista, países da África precisam mais de um plano de fortalecimento de instituições e de industrialização que de caridade.

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“Não queremos caridade, que consiste em criar uma clientela. A agenda internacional para a África ajuda a manter um estado de dependência”, criticou ele, ao participar do painel “Estratégias de Governança”, no Fórum Social Mundial Temático da Bahia, em Salvador.

Segundo Tchuigoua, as ONGs se especializaram em prover serviços básicos, que os governos locais não conseguem oferecer, mas que a ajuda humanitária apenas não basta, já que não reduz a desigualdade. “A sociedade é mais complexa que a visão deles”, disse.

Ele defendeu que o continente seja alvo de uma nova espécie de Plano Marshall, iniciativa dos Estados Unidos que ajudou a recuperar a Europa após a Segunda Guerra Mundial, ações como as que ajudaram a Coreia do Sul a se tornar desenvolvida para combater o comunismo. “A África recebe muito pouco e dá muito, se contarmos o pagamento do serviço da dívida externa”, avaliou.

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A próxima edição do Fórum Social Mundial será realizada em Dacar, no Senegal, em 2011.