politica

Senadores tentam encurtar sessão para que julgamento comece no dia 25

Alguns senadores da base aliada do presidente em exercício, Michel Temer, estão desistindo de falar na tribuna do Senado para tentar antecipar a votação da pronúncia do processo de impeachment para as 23h30 desta terça-feira, 9. Inicialmente, havia 55 parlamentares inscritos e a previsão era de que a sessão se estendesse até a madrugada de quarta-feira, porém o número já caiu para 47. O objetivo é fazer com que o julgamento final do impedimento da presidente afastada Dilma Rousseff comece no dia 25 de agosto e termine no dia 29 de agosto.

O líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE), declarou que os parlamentares da bancada do seu partido concordaram em abrir mão do tempo de inscrição. Segundo ele, os parlamentares Wilder Morais (PP-GO), Ciro Nogueira (PP-PI), Zezé Perrella (PTB-MG) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), já teriam concordado em abrir mão de seus discursos. Com o apoio do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), ele estaria tentando convencer outros partidos a fazerem o mesmo. “Meu voto é pelo afastamento da presidente afastada. Eu respeito Dilma, mas ela não tem mais governabilidade”, disse Eunício.

Eunício justificou que, como a votação de hoje é “muito simples” (referindo-se ao fato de que para a pronúncia ser aprovada basta a maioria simples dos senadores) não é necessário que todos os parlamentares se pronunciem hoje, diferentemente do julgamento final, que precisa dos votos de dois terços da Casa. As senadores peemedebistas Simone Tebet (MS), que declarou voto a favor do impeachment, e Kátia Abreu (TO), que reforçou o seu voto contrário, discursaram antes do intervalo. Logo após a suspensão da sessão, o senador Valdir Raupp (RO), favorável ao impedimento, também falou.

Oposicionistas criticaram a estratégia dos aliados de Temer de tentar antecipar o término da sessão de hoje. “É lamentável. Um processo grave como esse em que nós estamos substituindo a vontade da população nós temos que pelo menos debater”, disse a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). Já Gleisi Hoffmann (PT-PR) ironizou e disse que “ninguém é Cinderela para ter que encerrar a sessão antes da meia-noite”. Antes do PMDB anunciar que retiraria as inscrições, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), já havia declarado no plenário que os senadores da legenda abririam mão do tempo de fala.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo