Preocupados com o maior controle das atividades parlamentares e com os descontos na folha de pagamento, os senadores estão justificando mais as
suas ausências. Levantamento exclusivo realizado pelo Congresso em Foco
revela que aumentou mais de sete vezes, de 2007 para 2008, o número de
senadores licenciados em sessões deliberativas.
Se em 2007 – ano em que o site realizou o primeiro levantamento sobre
assiduidade parlamentar – , os senadores apresentaram apenas 193 justificativas para faltas em sessões deliberativas, no ano passado esse número pulou para 1.442. Dessas, menos de 10% são licenças por motivo de saúde.
Nesse mesmo período, o número de ausências injustificadas caiu na mesma
proporção. De acordo com o levantamento do site – cujo ranking dos
parlamentares mais ausentes será publicado amanhã (21) -, no ano passado, os
senadores somaram 340 faltas injustificadas, número consideravelmente menor
que o registrado em 2007, cujo total de ausências dessa natureza chegou a
1.545.
Entre os senadores que mais estiveram licenciados em dias de sessões
deliberativas no ano passado – desconsiderando-se aqueles que estiveram
ausentes por problemas de saúde ou suplência -, Marcelo Crivella (PRB-RJ),
Magno Malta (PR-ES), Fátima Cleide (PT-RO), Patrícia Saboya (PDT-CE) e Lobão
Filho (PMDB-MA) despontam entre os primeiros. As ausências deles se
justificam por missões políticas ou licença de interesse particular.
Para o cientista político Octaciano Nogueira, da Universidade de Brasília
(UnB), esse aumento no número de justificativas revela uma maior preocupação
do parlamentar com o bolso. De acordo com o Regimento Interno da Casa, as
faltas injustificadas são descontadas do salário, enquanto as ausências
justificadas por meio de licenças (com exceção da licença para interesse
particular) não são deduzidas da remuneração.