O Senado iniciou na tarde desta quarta-feira, 13, a discussão da proposta que altera a Constituição e estabelece o voto aberto em todas as decisões do Congresso e demais casas legislativas. No momento, os senadores se revezam na tribuna se posicionando contra e a favor do projeto. Uma das principais polêmicas está no fato de que parte dos senadores é contra o voto secreto em situações que envolve os vetos feitos pelo presidente da República e nas escolhas de autoridade.
“Quem quer esconder o voto é porque não é sério e não honra o voto que recebeu. Não representa seu estado e não representa sua Nação”, disse o senador Mario Couto (PSDB-PA). O líder do PSB, senador Rodrigo Rollemberg (DF), seguiu a mesma toada. “Temos a representação delegada por um cidadão que tem todo o direito de saber como vota seu representante em todas as votações”, disse.
Contra o texto apresentado, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) considerou que a proposta fere a independência dos parlamentares. “Um deputado ou um senador tem que ter independência para exercer o seu mandato”, ressaltou. Já a senadora Vanessa Grazziotin (PcdoB-AM) disse que não se sentia constrangia em se posicionar contra o fim do voto secreto. “Diferente de muitos, não acho que democracia seja sinônimo de voto aberto. Muitas vezes a democracia é expressa através do sigilo”, afirmou.
Para que o projeto seja aprovado são necessários 49 votos de um total de 81, em dois turnos. O Senado já aprovou em julho do ano passado uma proposta, de autoria do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) que determina o voto aberto apenas para cassação de mandato. Desde então, o projeto aguarda votação no plenário da Câmara.