Senadores destacam contribuição dos japoneses para o desenvolvimento brasileiro

Durante a sessão especial do Senado que homenageou, na quinta-feira (12), o centenário da imigração japonesa, o presidente da Casa, Garibaldi Alves Filho, ressaltou que os japoneses enfrentaram muitas dificuldades, especialmente na chegada ao país. Na abertura da homenagem, ele louvou a grande contribuição da colônia japonesa, que já soma mais de um milhão de pessoas, no processo de desenvolvimento brasileiro.

O presidente do Senado analisou que, entre os principais desafios que as 165 primeiras famílias de imigrantes tiveram de superar, destacam-se o idioma, os costumes, o vestuário e os hábitos alimentares, bem como as doenças tropicais. Garibaldi lembrou ainda da vocação dessa comunidade para a agricultura, com adoção de técnicas avançadas de plantio e manejo da terra. Na opinião do senador, a colônia japonesa que se instalou no Rio Grande do Norte contribuiu para o desenvolvimento do estado.

Garibaldi Alves prestou homenagem aos representantes da comunidade japonesa que estiveram presentes à sessão, em especial o embaixador do Japão no Brasil, Ken Shimanouchi; o brigadeiro Agostinho Shibata, representando o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito; o diretor do Departamento de Inspeção de Vegetais, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Maçao Tadano; o deputado federal Takayama, vice-presidente do Grupo Brasil-Japão do Congresso brasileiro; e o novo embaixador do Brasil no Japão, Luiz Augusto de Castro Neves.

O autor do requerimento da sessão de homenagem, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), lembrou ter sido o desemprego na área rural do Japão, durante a era Meiji (final do século XIX e primeiras décadas do século XX), que provocou a emigração japonesa para o Brasil. No início, foram apenas 165 famílias nipônicas encaminhadas para a atividade de colono em São Paulo, disse.

"Com elas, sua força de trabalho e organização, havia muitos sonhos. Como afirmou o celebrado cineasta Akira Kurosawa, o homem é um gênio quando sonha, e foi isso que aconteceu", disse.

Segundo Mercadante, o Brasil recebeu 265 mil imigrantes japoneses, hoje transformados em um milhão e meio de descendentes. Embora a maior parte ainda trabalhe na agricultura, eles também são importantes no comércio e na indústria, onde a eletroeletrônica obteve grande impulso com esses brasileiros de ascendência japonesa, destacou.

Intercâmbio

Para o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), houve perfeita sintonia dos imigrantes japoneses com a sociedade brasileira. Hoje, lembrou o senador, eles estão em todo o Brasil mesclando sua força e valores, como empreendedorismo e dinamismo, com o potencial e as qualidades brasileiras.

Segundo o senador pelo Paraná, desde 1980 o fluxo mudou e o Japão já é o terceiro maior destino dos emigrantes brasileiros, com 300 mil dekasseguis (brasileiros de origem japonesa) colaborando com o desenvolvimento econômico e social do Japão. Ele propôs que este ano de celebração do intercâmbio entre os dois países marque, também, uma maior inserção dos brasileiros na sociedade japonesa.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) louvou a extraordinária contribuição dos japoneses no desenvolvimento da agricultura brasileira de cereais e hortifrutigranjeiros, com a busca por melhores sementes e técnicas de cultivo. Na culinária, disse Suplicy, a contribuição desse segmento foi enorme de tal maneira que, hoje em dia, São Paulo tem os melhores restaurantes japoneses do mundo fora do Japão.

Suplicy destacou também a participação de japoneses e descendentes nas manifestações culturais, como a cineasta Tisuka Yamazaki e sua história comovente de uma família japonesa que veio para o Brasil; e a artista plástica Tomie Ohtake. Os imigrantes japoneses, observou o senador, fizeram do Brasil um país melhor e mais integrado ao mundo.

O senador Gim Argello (PTB-DF) destacou a confiança mútua entre os dois povos, representado pelas famílias que vieram para Brasília acreditando no sonho do presidente Juscelino Kubitschek. Segundo ele, essas eram pessoas ordeiras e trabalhadoras que muito fizeram pelo desenvolvimento da cidade na agricultura, no comércio e na indústria.

O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) aplaudiu o movimento mundial de confecção de origamis (arte de dobradura de papel) com um requerimento para que o Senado também participe desse festival de homenagens.

Flexa Ribeiro, que vestia um quimono sobre o terno, lembrou a importância do cultivo da pimenta-do-reino no Pará e homenageou todas as famílias japonesas sediadas no estado, simbolizadas na família Yamada – que possui 33 supermercados, empresas de cartões de crédito, fábrica de motores aquáticos e terrestres e representa um grupo empresarial que já ocupa a 11ª posição no Brasil e a 1ª no Pará.

Para o senador Jefferson Praia (PDT-AM), o Senado pode trabalhar para revitalizar as relações Brasil-Japão, abrindo novos campos de cooperação bilateral. Ele lembrou o papel fundamental das indústrias japonesas no desenvolvimento da Zona Franca de Manaus e destacou haver ótimos motivos para aplaudir a presença secular e profunda da colônia japonesa no Brasil.

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