Senadores aprovam voto de solidariedade a cubanos

Sob comando do presidente do colegiado, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), os senadores da Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovaram hoje voto de solidariedade aos dissidentes cubanos. O voto foi proposto pelo líder do PSDB, Arthur Virgilio (AM), que taxou de “desastrosas” as recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre os presos políticos em Cuba.

O presidente brasileiro classificou como “insanidade” a prática da greve de fome por parte de presos políticos, como fez Zapata Tamayo, que morreu após passar 85 dias sem comer, e comparou os presos políticos cubanos aos presos comuns no Brasil. “Imagine se todos os bandidos que estão presos em São Paulo entrassem em greve de fome e pedissem libertação”, disse o presidente.

Arthur Virgílio disse que o presidente Lula consegue “colocar por terra” toda a “boa imagem internacional” ao “se tornar parceiro e protetor de ditaduras”. “É difícil encontrar algum regime autoritário com o qual o governo brasileiro não tenha boas relações”, disse o líder tucano.

Os comentários do presidente Lula não só foram criticados por senadores da oposição, como também causaram constrangimento para políticos aliados. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) chegou a aconselhar o presidente, em discurso feito em plenário, que falasse com os irmãos Castro sobre a importância “de se respeitar os direitos humanos, de se respeitar as liberdades democráticas, sobretudo as liberdades de expressão em todo e qualquer País”.

Suplicy também criticou o que disse Lula sobre a greve de fome como protesto político, e relembrou nomes de líder mundiais – o presidente brasileiro inclusive – que ficaram sem comer “para alcançarem objetivos importantes na história dos povos”.

Venezuela

Na esteira da polêmica criada em torno da posição do presidente Lula frente ao governo cubano, a Comissão de Relações Exteriores acabou adiando para a próxima semana a indicação de José Antonio Marcondes de Carvalho para o cargo de embaixador brasileiro em Caracas, na Venezuela.

O pedido de adiamento partiu do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), que também criticou as relações do Brasil com o presidente Hugo Chávez, quem o senador considera antidemocrático. “De lá para cá sempre temos observado posições hostis, enquanto daqui para lá as posições são submissas”, criticou o senador.

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