Brasília – O senador César Borges (BA), que no final de setembro trocou o DEM, antigo PFL, partido no qual estava filiado há 21 anos, pelo PR, disse que é favorável à fidelidade partidária. Discorda, no entanto, que o assunto seja debatido no Poder Judiciário. ?Acho estranho que esteja se judicializando a política no Brasil?, reclamou.

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O senador defende que o tema deveria ser tratado pelo Congresso Nacional, por entender que é quem tem a prerrogativa constitucional de debater a questão. César Borges reconhece porém que a falta de agilidade do Legislativo abriu espaço para a ação de outras esferas.

?Como o Congresso Nacional não ocupa o seu espaço, e não há espaço vazio em política, ele está sendo ocupado pelo Judiciário?, afirmou.

Borges não teme ser atingido por uma possível decisão do TSE em relação à fidelidade partidária para os cargos majoritários. Ele entende que não havia regra definida para a fidelidade nesse caso, por isso acredita que não há como punir quem já trocou de partido. ?Tenho tranquilidade que não [perderá o mandato] porque não havia nenhuma regra com relação à fidelidade partidária?, disse.

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Segundo ele, se o TSE decidir que quem foi eleito para cargos majoritários também deve ser fiel a seus partidos, o assunto deverá ser encaminhado ao Supremo. ?Como o STF entendeu que a fidelidade para os cargos proporcionais só valeria a partir da data da decisão do TSE [27 de março], eu acredito que só a partir dessa nova decisão do TSE sobre os cargos majoritários é que terá alguma validade?.

O senador explicou que trocou de partido porque, com a transformação do PFL em Democratas, os diretórios estaduais da legenda foram dissolvidos. Com isso, segundo ele, foram nomeados, sem eleições, os integrantes das provisórias estaduais.

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?Foi uma nomeação por pessoas indicadas e que tirou o espaço político daqueles que estavam no partido. Quem mudou foi o partido, não os parlamentares?, afirmou.