Brasília – O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) disse que vai pedir uma reunião da bancada de seu partido para analisar a atitude da líder do bloco governista, Ideli Salvati (PT-SC).
Nesta segunda-feira (12), a senadora o retirou da vaga de titular na votação da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, para garantir mais um voto em favor do governo.
Mozarildo disse ter considado "uma violência" a atitude da colega. Apesar disso, ele afirmou que a avaliação da senadora é correta, ao julgar que seu voto era perdido para o governo.
"Eu já tinha razões de ordem técnica e de consciência para votar contra. Agora tenho um motivo político. Com certeza votarei contra o governo".
A substituição do senador vale apenas para o processo de votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prorroga a cobrança da CPMF até 2011.
"Como líder do bloco do governo, eu tinha o direito de construir os votos favoráveis", disse a senadora, acrescentando que comunicou a decisão às lideranças do bloco, inclusive ao ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, que integra o quadro petebista.
Segundo ela, o governo já não contava com o voto de Mozarildo. "A posição dele tem sido pública e reiterada. Só mudou o argumento, mas o voto, em nenhum momento, ele sinalizou com a possibilidade de mudar".
O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), preferiu não entrar no mérito da questão. Segundo ele, o processo de construção de maioria na bancada do bloco governista está sob a responsabilidade de Ideli. Jucá evita comentar publicamente a contagem de votos na CCJ.
O líder do PSDB, Arthur Virgílio Neto (AM), considerou parte do jogo político a substituição de Mozarildo.
"Se eu vivesse na situação dela, ou seja, na minha bancada, gente querendo votar a favor [da prorrogação da CPMF] eu tiraria para colocar gente que votasse contra".
Com a leitura do parecer da relatora Kátia Abreu (DEM-TO), contrário à prorrogação da CPMF, e com a apresentação do substitutivo pelo senador Romero Jucá, mantendo o texto aprovado na Câmara, oposição e governistas mantiveram o acordo para votar a PEC amanhã (13).
O presidente da CCJ, Marco Maciel (DEM-PE), concedeu vistas de 24 horas aos dois relatórios e convocou para às 16h30 de amanhã a reunião para votar a matéria.
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