Aos 36 anos de idade, Randolfe Rodrigues (PSOL) foi eleito o senador mais jovem do Brasil e o mais votado no Amapá, deixando para trás políticos experientes – com e sem mandatos – como o ex-governador e ex-senador João Capiberibe (PSB) e os senadores Gilvam Borges (PMDB) e Papaléo Paes (PSDB). Randolfe teve 203.259 votos (38,24%), quase o dobro do segundo colocado, Gilvam Borges (PMDB), que teve 121.015 votos. Entre Randolfe e Borges ficaram os votos nulos: 173.511.
A coordenação da campanha dele diz acreditar que a grande quantidade de votos nulos foi uma reação do eleitor à “campanha sórdida” que foi feita contra Randolfe pelos adversários, o que teria levado grande parte dos eleitores a anular a segunda opção. O senador nasceu em Garanhuns (PE), terra natal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Aos 8 anos de idade mudou-se com a família para o Amapá. Criança, ele acompanha o pai Januário Martins nas reuniões do PT. Seu pai é sindicalista e um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores no Estado.
Tão logo atingiu a maioridade, Randolfe filiou-se ao PT e, em 1998, candidatou-se a deputado estadual e foi eleito, tendo sido reeleito em 2002. Em 2005, mudou-se para o PSOL por não concordar com os rumos que o PT estava tomando nacionalmente, envolvido em escândalos como o do mensalão.
Ele liderou no Amapá o movimento dos “caras-pintadas” que exigiu o impeachment de Fernando Collor. “Agora vamos nos encontrar no Senado, mas aviso que continuo com os mesmos ideais de quando eu era cara-pintada”, disse. Em 2009, Randolfe liderou no Amapá o movimento “Fora Sarney”. Para Sarney, ele também manda um recado, dizendo que continua tendo posições políticas diferentes às do ex-presidente da República. O senador eleito pelo PSOL é professor universitário, historiador, bacharel em Direito e mestre em Políticas Públicas.