O senador roraimense Mozarildo Cavalcanti (PDT-RR) é acusado de invadir 2.800 hectares de terra pública pertencente ao Estado, na zona rural de Boa Vista.
No último dia 1º, a Procuradoria Geral do Estado ajuizou ação na justiça para reaver a área onde o governo pretende criar um projeto de assentamento para atender agricultores familiares sem-terra.
Segundo o presidente do Instituto de Terras de Roraima (Iteraima), Márcio Junqueira, o senador tem um título definitivo de 1.600 hectares denominado TD Boqueirão, na gleba Murupú. Ao longo dos anos, ele teria se apossado de mais 2.800 hectares e agregado à sua fazenda de forma irregular, cercando uma área de 5.400 hectares.
Junqueira sustenta que a terra é improdutiva, coberta pelo lavrado (vegetação nativa formada por campos naturais) e que a única benfeitoria existente é a cerca.
Mozarildo Cavalcanti, que faz dura oposição ao governador José de Anchieta Júnior (PSDB), afirma que o processo de retomada de sua fazenda é “vingança” do chefe do executivo, por ter pedido auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) para investigar a aplicação de R$ 53 milhões no asfaltamento da BR-210, no sul do Estado. O recurso foi destinado em 2010 mas a rodovia está intransitável.
Ele explicou que as terras que agora o governo reivindica como suas foram compradas na Justiça na década de 70, quando ele ainda era estudante de medicina e nem exercia atividade política “Mais tarde, outras parcelas foram adquiridas e incorporadas à propriedade original”, disse.
O presidente do Iteraima saiu na defesa de Anchieta e afirmou que “não há nada de pessoal nesta ação. O Estado não está a serviço de particular e todas as pessoas, independente do cargo que ocupam, estão ao alcance da legalidade”.
A ação corre na 8ª Vara Cível da Comarca de Boa Vista. O juiz César Henrique Alves fixou prazo de três dias para que a defesa do senador se manifeste no processo.
Caso ele atenda ao pedido do governo, a fazenda será parcelada em lotes de 35 hectares para atender parte das mil famílias que aguardam terras no Iteraima, entre elas, desinstrusados da terra indígena Raposa Serra do Sol.
03/03/2011 19:07 – NG/PO/SENADOR/TERRA/INVASÃO/RR
Senador roraimense é acusado de invadir terra do Estado
Por Loide Gomes
Boa Vista, 03 (AE) – O senador roraimense Mozarildo Cavalcanti (PDT-RR) é acusado de invadir 2.800 hectares de terra pública pertencente ao Estado, na zona rural de Boa Vista. No último dia 1º, a Procuradoria Geral do Estado ajuizou ação na justiça para reaver a área onde o governo pretende criar um projeto de assentamento para atender agricultores familiares sem-terra.
Segundo o presidente do Instituto de Terras de Roraima (Iteraima), Márcio Junqueira, o senador tem um título definitivo de 1.600 hectares denominado TD Boqueirão, na gleba Murupú. Ao longo dos anos, ele teria se apossado de mais 2.800 hectares e agregado à sua fazenda de forma irregular, cercando uma área de 5.400 hectares.
Junqueira sustenta que a terra é improdutiva, coberta pelo lavrado (vegetação nativa formada por campos naturais) e que a única benfeitoria existente é a cerca.
Mozarildo Cavalcanti, que faz dura oposição ao governador José de Anchieta Júnior (PSDB), afirma que o processo de retomada de sua fazenda é “vingança” do chefe do executivo, por ter pedido auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) para investigar a aplicação de R$ 53 milhões no asfaltamento da BR-210, no sul do Estado. O recurso foi destinado em 2010 mas a rodovia está intransitável.
Ele explicou que as terras que agora o governo reivindica como suas foram compradas na Justiça na década de 70, quando ele ainda era estudante de medicina e nem exercia atividade política “Mais tarde, outras parcelas foram adquiridas e incorporadas à propriedade original”, disse.
O presidente do Iteraima saiu na defesa de Anchieta e afirmou que “não há nada de pessoal nesta ação. O Estado não está a serviço de particular e todas as pessoas, independente do cargo que ocupam, estão ao alcance da legalidade”.
A ação corre na 8ª Vara Cível da Comarca de Boa Vista. O juiz César Henrique Alves fixou prazo de três dias para que a defesa do senador se manifeste no processo. Caso ele atenda ao pedido do governo, a fazenda será parcelada em lotes de 35 hectares para atender parte das mil famílias que aguardam terras no Iteraima, entre elas, desinstrusados da terra indígena Raposa Serra do Sol.