Pouco antes de aparecer em seu primeiro programa de TV pelo Partido Verde, sua nova legenda, o senador Alvaro Dias concedeu uma entrevista ao jornal Gazeta do Povo ontem, na qual comentou sua mudança de partido e garantiu que, mesmo em outro partido, não vai mudar de postura.
“Nesse vídeo, explico que meu objetivo era encontrar uma ferramenta política que me oferecesse mais oportunidades de atuação afirmativa, que estava me sentindo limitado, achando que poderia dar mais, mas sempre na oposição. Porque estou mudando de sigla, mas não estou mudando de lado. Há quem diga que eu recuei, mas isso seria um despropósito. Atuei 13 anos na oposição, muitas vezes sozinho e agora, no momento em que o governo atinge uma impopularidade histórica eu ia buscar a sua sombra? Seria um despropósito e uma incoerência”.
Perguntado se o PV fazer oposição não seria esquisito, o senador rebateu. “Vamos ter um partido na oposição. E isso não é uma incoerência. Em 2010, na primeira eleição da Dilma (Rousseff, presidente), o PV lançou a candidatura de Marina Silva e no segundo turno apoiou o (José) Serra. E depois, em 2014, teve a candidatura do Eduardo Jorge, apoiando abertamente o Aécio (Neves) no segundo turno. Considerei muito o fato de que o partido não está envolvido nem em Mensalão nem em Petrolão. Passa longe de Lava Jato”.
Sobre seu relacionamento com Beto Richa, Dias não relacionou seu desentendimento com o governador à sua saída do PSDB, mas não deixou de criticá-lo. “Todos sabem que há anos não há uma convivência adequada para quem integra o mesmo partido, em função de posturas diferentes. Isso é democrático, mas não houve uma boa administração dessa situação. Dizem que eu disputei a indicação para a disputa do governo em 2010, mas não foi assim. O que tinha se estabelecido era a indicação do candidato por meio de pesquisa de intenção de voto. E não houve isso. Na reunião que decidiu a candidatura, eu nem compareci, porque havia um compromisso com a direção nacional”.