Senado desligou apenas oito de 50 diretores

Ao final de dois meses de convivência com a divulgação em sequência de casos de desmandos políticos e ineficiência administrativa, o Senado não tem nenhuma medida concreta de reforma radical dos hábitos da Casa. Da lista de 50 dos diretores que seriam exonerados, de um total de 181, apenas 8 foram efetivamente desligados. Também estão pendentes os compromissos assumidos pelo presidente José Sarney (PMDB-AP) de dar transparência ao uso da verba indenizatória de R$ 15 mil paga aos senadores e de criar regras para o pagamento de horas extras – no recesso de janeiro, o Senado pagou pelo menos R$ 6,2 milhões a 3.883 servidores.

Há ainda a expectativa quanto à redução dos 3 mil cargos comissionados e dos conselhos e comissões que custam muito e rendem pouco à Casa. E até agora ninguém sabe se o substituto de Agaciel Maia na diretoria-geral, Alexandre Gazineo, será efetivado no cargo. Até a principal ofensiva para “arrumar” a administração do Senado deve ser revista – entrou em compasso de espera a ideia de firmar contrato com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) para promover, em dois meses, uma reforma administrativa, por R$ 250 mil.

Em 1995, o também presidente José Sarney teve a mesma iniciativa e a “reengenharia” foi contratada sem licitação por R$ 882 mil, o que equivale hoje a R$ 2,2 milhões. O procurador-geral em exercício no Tribunal de Contas da União (TCU), Marinus Marsico, já disse que, por se tratar de contrato, não de convênio, o Senado tem de fazer licitação. Consultada, a assessoria de Sarney disse ao Estado “que será feito na Casa o que manda a lei”. O primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), reconhece que as promessas estão em marcha lenta, mas disse que nenhuma medida será abandonada.

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