O Senado aprovou nesta quarta-feira, 15, um projeto que impõe uma espécie de quarentena para magistrados e integrantes do Ministério Público que quiserem disputar as eleições.
Um dia depois de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ter determinado uma nova fase da Operação Lava Jato, em que foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra três senadores, a Casa aprovou o texto com ampla maioria: 47 votos a favor e 9 contra.
De acordo com o texto da proposta, esses profissionais – que inclui ministros de tribunais superiores, procuradores, promotores, desembargadores e juízes – só poderão concorrer se estiverem há dois anos afastados dos cargos.
Autor do projeto, o senador Fernando Collor (PTB-AL), queria que a proposta fosse ainda mais dura. “Eu defendo uma quarentena de, no mínimo quatro anos, sobretudo nesse momento tão midiático protagonizado pelo Ministério Público”, disse.
Collor foi um dos que tiveram a casa vasculhada pela Polícia Federal esta semana. O ex-presidente tem feito reiteradas críticas ao protagonismo alcançado por Janot. Entre os objetivos do projeto apresentado pelo senador está o de impedir que juízes e procuradores usem os cargos para se beneficiarem nas disputas eleitorais.
Até agora, o Senado já aprovou outros dois projetos. A Casa segue apreciando propostas relativas à reforma do sistema político-eleitoral. Todos eles seguem para a análise da Câmara dos Deputados.