A preocupação com a preservação e geração de empregos formais foi consenso entre os participantes da primeira mesa de debates no seminário internacional Crise – Rumos e Verdades, que acontece até a próxima quinta-feira (11), em Curitiba. O governador Roberto Requião destacou o tema como prioridade para os próximos anos.
“O Paraná, este ano, gerou 160 mil empregos. Uma performance extraordinária. Mas a nossa previsão para novembro era de 12 mil empregos e a geração foi de quatro. Portanto, a crise do desemprego já chegou aqui. Isto não significa que a gente esteja pior que os outros anos. Nosso nível de emprego é maior que o ano passado, mas nós começamos a ver o declínio da geração de empregos”, afirmou o governador.
O economista russo Andrey Kobyakov defendeu que é preciso enfrentar a crise em duas vertentes: a que atinge o mercado financeiro, através de vantagens fiscais e ações de combate à especulação; e a que acontece na economia real e reflete no aumento do desemprego e na queda da produção.
Esta, segundo ele, só pode ser solucionada através de ações direcionadas de investimento em infra-estrutura e baseadas nos valores morais da justiça e igualdade.
A imprudência de banqueiros e políticos no trato com a crise foi lembrada pelo economista e jornalista mexicano Mario di Constanzo. Ele sugere o fortalecimento do campo como forma de gerar emprego e a adoção de taxas de impostos que não prejudiquem as pequenas empresas, além de indicar o investimento em obras públicas e o congelamento momentâneo dos preços de determinados produtos.
Já o economista e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Nildo Ouriques vê na crise uma oportunidade que os “governos não podem desperdiçar”.
O senador Aloísio Mercadante (PT-SP) também considera o momento como uma grande chance para o Brasil. Ele pediu que os governadores e prefeitos de todo o País tenham audácia no enfrentamento da crise que, segundo ele, é muito mais rápida do que a capacidade de ação dos governos.