O secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Luiz Eduardo Cheida, abriu ontem, em Foz do Iguaçu, o primeiro seminário sobre a comercialização de créditos de carbono (CO2), com a assinatura de um termo de adesão entre o governo do Estado e a Associação Brasileira de Prefeitos (Asbrap), que representa 5.600 prefeitos do País.
Durante o seminário “CO2 Uma Moeda de Valor”, Cheida apresentou para mais de 300 prefeitos o programa Desperdício Zero, que tem como meta o fim dos 180 lixões existentes no Estado e a redução em 30% do volume de lixo produzido.
De acordo com um levantamento concluído esta semana pela Secretaria do Meio Ambiente, o Paraná produz 19 toneladas de lixo por dia. Desse volume, nove toneladas são referentes aos resíduos industriais, sendo 77% resíduos não perigosos e 23% de resíduos perigosos. O levantamento indicou ainda que 45% dos resíduos perigosos não têm um destino definido.
De acordo com a Lei Estadual 12493/1999, todos os municípios do Paraná têm prazo para implantação do aterro sanitário até dezembro de 2004. “O governo do Estado está facilitando o trajeto dos municípios para construção dos aterros e trazendo solução para que estes resíduos tenham um destino adequado. Estamos financiando 75% do custo para implantação do aterro, além de fornecer o projeto e a equipe técnica para capacitação dos gestores municipais”, declarou o secretário Cheida.
A idéia chamou atenção da Associação Brasileira de Prefeitos (Asbrap), que representa mais de 5.600 municípios do País. “O problema do lixão existe em milhares de municípios brasileiros. No Paraná, a solução apareceu e nós viemos pedir permissão para levar essa idéia a outros estados”, declarou o presidente da Associação, José Luiz Patella. Ele afirmou ainda que o evento serviu para mostrar a prefeitos brasileiros que a importância dos aterros sanitários vai além da salubridade, podendo colocar um município no comércio mundial de créditos de carbono.
Créditos
Os aterros sanitários são fontes do gás metano (CH4), que é 24 vezes mais potente do que o gás carbônico. “O aterro sanitário trata o lixo, evitando danos à saúde e ao meio ambiente e ainda contribui decisivamente para a redução do aquecimento global”, disse o superintendente da Superintendência de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa), Darcy Deitos.
O engenheiro Carlos de Mathias Martins, palestrante do evento e representante de uma empresa que trabalha com créditos de carbono, afirmou que a meta do programa Desperdício Zero tem relação com o Protocolo de Kyoto que, entre outras fontes, busca o reaproveitamento energético dos resíduos sólidos, evitando a emissão de gases de efeito estufa.