O novo prefeito de Almirante Tamandaré, Vilson Goinski (PMDB), decidiu fazer uma semana de expediente interno antes de abrir as portas da prefeitura ao público. Goinski disse que tomou a decisão, ontem, após descobrir que estava sem orçamento legal para começar a administrar. Goinski acusou o seu antecessor no cargo, César Manfron (PTB), de ter deixado uma "armadilha" ao não sancionar a lei orçamentária para 2005, aprovada no ano passado pela Câmara Municipal.
Sem a sanção do ex-prefeito à lei, Goinski está impedido de mexer em um centavo dos R$ 45 milhões da receita prevista para o município. "Não posso fazer nada. Não posso ordenar uma despesa ou tomar qualquer outra medida", relatou Goinski. O novo prefeito vai ficar "engessado" até que o novo texto seja promulgado pela Câmara e publicado em Diário Oficial. A Câmara Municipal vai se reunir extraordinariamente a partir de hoje.
O peemedebista já encaminhou uma mensagem à Câmara propondo outras medidas que considera básicas para iniciar sua gestão. Uma delas é a redução de 270 para 120 cargos em comissão. Outra iniciativa do novo prefeito é proibir o aluguel de imóveis particulares para uso de órgãos da administração municipal. "São algumas medidas que temos de tomar porque não se justifica que um município como o nosso tenha tudo isso de cargo comissionado", criticou. Da mesma forma, Goinski mandou cortar as linhas de 53 telefones celulares que estavam à disposição da equipe anterior.
Pente-fino
O novo prefeito de Almirante Tamandaré afirmou que durante esta semana estará fazendo um levantamento de toda a situação da prefeitura. Ele disse que o prefeito anterior não permitiu o acesso aos dados e que também impediu a criação de uma comissão de transição. Por enquanto, Goinski não pensa em recorrer à Justiça. "Vamos esperar pelo resultado deste levantamento. Se constatarmos irregularidades, serão todas encaminhadas para apuração do Ministério Público", disse.
O Estado não conseguiu localizar o ex-prefeito César Manfron para ouvi-lo sobre as críticas do seu sucessor. (Elizabete Castro)