Com pauta recheada de projetos de utilidade pública, a sessão de retomada dos trabalhos da Assembléia Legislativa após as eleições do primeiro turno acabou virando palco de uma discussão sobre o papel das pesquisas eleitorais, onde o Ibope apareceu como absoluto vilão. O presidente municipal do PPS, deputado Marcos Isfer, fez um relato dos erros que a sondagem cometeu em Curitiba, desmentidos depois pelo resultado efetivo das urnas.
Rubens Bueno, o candidato do partido, foi apontado com o índice máximo de 13% na véspera da eleição. E obteve mais de 20%. O candidato do PT, Angelo Vanhoni, liderou a maior parte do tempo e acabou em segundo lugar, quatro pontos abaixo do tucano Beto Richa.
Isfer apontou as discrepâncias com as pesquisas internas, que apontavam números diferentes, e considerou que a divulgação da pesquisa ibope foi prejudicial ao candidato de seu partido. Segundo ele, o PPS nacional estuda medida a ser tomada em relação ao assunto, que pode ser a apresentação de projeto regulamentando a divulgação dos resultados.
O deputado Rafael Greca (PMDB), em aparte ao pronunciamento de Isfer, criticou o Ibope e seus equívocos, citando também São Paulo, onde eles foram mais flagrantes em relação ao embate José Serra (PSDB) x Marta Suplicy (PT). Também em aparte falou o deputado Ademar Traiano (PSDB), enumerando casos ocorridos em municípios do interior do Estado, inclusive Cascavel, onde o Ibope apontou o vencedor Líseas Tomé (PPS), em terceiro lugar. Ou o do colega Nelson Tureck (PSDB), que venceu o pleito sem ter chegado a liderar as pesquisas. As divergências entre os números do Ibope e outras pesquisas geraram inúmeras pendengas judiciais que conseguiram inclusive suspender a divulgação dos resultados: “O Ibope foi o “partido” desmascarado nestas eleições”, concluiu.
O petista Elton Wherter lembrou que os colegas enumeravam os prejuízos de seus candidatos ignorando os dos candidatos do PT. E citou Ponta Grossa, onde o Ibope apontava o tucano Pedro Wosgrau em ampla vantagem e as urnas mostraram uma diferença pequena de Péricles em relação ao primeiro colocado. A conclusão dos deputados foi que o Ibope errou no Paraná, colocando em xeque não só a credibilidade do instrumento, mas a necessidade de regulamentar seu uso e divulgação. (Sandra Cantarin Pacheco)
