Dos dez movimentos de luta pela terra que atuam no Estado de São Paulo, dois já decidiram lançar candidatos próprios às eleições de outubro. O grupo liderado por José Rainha Júnior, dissidente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), anunciou a candidatura de Diolinda Alves de Souza, mulher dele, para a Assembleia Legislativa. Ela tem legenda garantida pelo PCdoB. No oeste paulista, Diolinda fará dobradinha com o pré-candidato a deputado federal José Avelino Pereira, o Chinelo, do Movimento dos Agricultores Sem-Terra (Mast), com legenda do PSB.

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Diolinda e José Avelino já foram candidatos há quatro anos. Ela obteve 13,6 mil votos para a Assembleia. Ele conseguiu 22 mil na tentativa frustrada de chegar à Câmara. Chinelo se destacou pela atuação no sindicalismo rural e teve uma breve militância no MST, antes de participar da organização do Mast. Já Diolinda foi uma das principais lideranças femininas do MST.

De acordo com Rainha, as candidaturas atendem a reclamos da massa de seguidores. “O processo eleitoral faz parte da cultura do nosso povo”, diz. “Eu não gosto de política partidária, mas a Diolinda se dispôs a participar e estamos trabalhando para elegê-la.”

A direção do MST proíbe seus dirigentes de se candidatarem a cargos eletivos, mas isso não impede o constante assédio dos partidos políticos. Gilmar Mauro, um dos principais líderes nacionais do movimento, foi convidado pelo PSOL para ser candidato à Câmara. Ele recusou, mas não deixou de manifestar sua simpatia pelo partido. Segundo a assessoria de imprensa do MST, quem se candidata deve se afastar das instâncias de coordenação.

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