Sem Picciani, líderes farão rodízio em liderança de bloco na Câmara

Líderes de PP, PTB, PSC, PHS e PEN reúnem-se no início da tarde desta quarta-feira, 7, para discutir como se dará o rodízio que farão entre eles no comando do bloco parlamentar que, até a terça-feira, 6, também era integrado pelo PMDB. O líder do grupo, o também líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), foi convidado a deixar o bloco, após sua adesão ao governo. Para ter uma “saída honrosa”, o peemedebista anunciará que está deixando o grupo.

Mesmo sem Picciani e os 65 deputados PMDB, o grupo continuará sendo o maior da Casa, com 84 parlamentares.

Integrantes do grupo têm uma pauta ampla de queixas a Picciani: há aqueles incomodados com o espaço conquistado por ele na Esplanada dos Ministérios, os que reclamam da falta de rodízio no comando do grupo e os que condenam o fato de o peemedebista “só dizer amém” ao governo.

A ação para encerrar a aliança, segundo integrantes do governo e lideranças partidárias, foi operada nos bastidores pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como forma de “estancar” a ascensão política de Picciani ocorrida após a ampliação da presença do PMDB no primeiro escalão do governo.

Na análise de governistas ouvidos pela reportagem, a manobra de Cunha busca inicialmente rachar o bloco para depois dividir a bancada do PMDB na Câmara, o que resultaria no enfraquecimento de Picciani. Dessa forma, o líder peemedebista também ficaria inviabilizado para disputar a Presidência da Câmara em uma possível dobradinha com o PT em 2017, quando Eduardo Cunha encerra o mandato no comando da Casa. Picciani também não teria força para substituir Cunha, como deseja o Planalto, numa eventual saída do presidente da Câmara em decorrência dos desdobramentos da Operação Lava Jato.

Além da dissolução do bloco, em uma segunda ação direta contra Picciani, alguns integrantes da bancada ligados a Cunha também chegaram a ensaiar ontem uma manobra para destituí-lo do cargo, ação que foi abafada após se avançar a estratégia de se dividir o bloco. Procurado pela reportagem, Cunha se limitou a dizer que atuou para ajudar na permanência de Picciani na liderança.

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