O senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, não compareceu ao ato organizado pelos grupos que lideram as organizações recentes contra a presidente Dilma Rousseff e que ocorrem na tarde desta quarta-feira, 14, em frente ao Congresso Nacional.
A maioria dos políticos presente é do PSDB. Participam do ato os senadores Cássio Cunha Lima (PB), José Serra (SP) e Alvaro Dias (PR) e os deputados Marcus Pestana (MG) e Antonio Imbassahy (BA). Também estiveram presentes o senados Ronaldo Caiado (DEM-GO) e o deputado Osmar Bertoldi (DEM-PR).
Os manifestante leram uma carta com reivindicações que não incluíram o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Entre os pontos, eles pedem o fim da corrupção, o enxugamento da máquina pública e a redução do número de ministérios.
Antes do evento, houve um racha entre os 25 grupos que compõem a chamada Aliança Nacional dos Movimentos Democráticos. Parte dos líderes reclama que o Vem Pra Rua, o maior dos movimentos, assumiu a liderança e tem agido sem consultar os demais. Para Marcelo Vitorino, líder do Acorda Brasil, o VPR está “buscando o holofote”. “Eles garantiram que não haveria protagonismo de determinado grupo, mas isso não aconteceu. Além disso, o processo de construção do texto da Aliança não foi claro”, disse.
Já os representantes do Brasil Melhor criticam a ausência da defesa do impeachment no documento que será levado aos parlamentares e por isso se retiraram da Aliança.
Para o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que participa do ato, a prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, reforça, dentro do partido, a tese do impeachment. Vaccari foi preso preventivamente pela Polícia Federal no âmbito da Operação Lava Jato. “A prisão de Vaccari tornará a investigação mais eficiente e a tese do impeachment pode ganhar força”, disse o tucano.
A bancada do PSDB na Câmara já defende que o partido assuma a bandeira do impeachment, mas a ideia ainda encontra resistência entre os senadores da sigla.
O presidente tucano, Aécio Neves, tem sido cauteloso. Mas, segundo o deputado Marcus Pestana, presidente do PSDB de Minas, Aécio vai subir o tom nos próximos discursos.