A Mensagem ao Partido, segunda maior corrente do PT, vai levar ao 5º Congresso uma proposta de encurtar o mandato da atual direção da legenda. A proposta, que consta em documento divulgado nesta terça-feira, 9, pela Mensagem, prevê a eleição de delegados para um Congresso Constituinte que escolheria a nova direção do partido.

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Segundo o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), candidato da corrente derrotado por Rui Falcão na última eleição interna, a ideia é “repactuar” ou “refazer” a atual Executiva Nacional em um congresso que ocorreria no mês de novembro. Caso a proposta seja aprovada, a atual direção, eleita em 2013 e com mandato até 2017, teria seu mandato abreviado.

O Processo de Escolha Direta (PED) que elege os ocupantes dos cargos de direção no partido e o sistema de cotas raciais e etárias vigente também estariam ameaçados. “(Propomos) convocar um Congresso Constituinte, formado por delegados eleitos presencialmente, para relançar os compromissos históricos do PT e para eleger a nova direção. Qualificar a implantação da política de cotas etária, de gênero e étnico-racial em todos os níveis partidários”, diz um trecho do documento endereçado aos delegados do 5º Congresso, que começa na quinta-feira, 11, em Salvador.

A intenção é que o Congresso Constituinte seja convocado durante o encontro na capital baiana. A Mensagem tem cerca de 16% dos assentos no Diretório Nacional e precisaria da adesão de outras correntes para aprovar a proposta. Nos últimos dias, integrantes da Mensagem ao Partido entraram em atrito com dirigentes da maior corrente do PT, Construindo um Novo Brasil (CNB), que domina a Executiva Nacional.

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A CNB é acusada de tentar blindar o ministro Joaquim Levy de críticas durante o congresso e de adiar a decisão sobre a proibição de que o PT receba recursos de empresas. “A postura da CNB é a postura de quem não quer mudar nada”, reclamou um dirigente da Mensagem ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

O documento propõe ainda mudanças no partido e na política econômica do governo. As “atualizações”, segundo defende a Mensagem, devem ser feitas “a partir dos compromissos firmados na eleição presidencial de 2014”. O segundo ponto, de 13 reivindicações expostas no documento, diz que é preciso “posicionar o PT por uma mudança na orientação geral da política econômica, com a implementação de estratégias para a retomada do crescimento, para a defesa do emprego, do salário e demais direitos dos trabalhadores”.

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A política de alianças adotada pelo PT desde a primeira eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também é criticada. Sem citação a nenhum partido aliado, a Mensagem pede que as alianças sejam “programáticas” e “priorizem os partidos e segmentos da esquerda e a partir daí fazer alianças ao centro”.

A inspiração é a união de movimentos sociais e forças de esquerda que, em reação à possibilidade de vitória do PSDB, se uniu e, na opinião de dirigentes da corrente, foi fundamental para a reeleição de Dilma. A ideia de uma frente de esquerda está também presente em um documento que será apresentado no congresso pela Construindo um Novo Brasil intitulado “Carta de Salvador”.

O documento da Mensagem divulgado nesta terça pede ainda que o partido continue defendendo o fim do financiamento empresarial “seja através da luta parlamentar e da mobilização social”. A carta pede ainda “sistema compartilhado de gestão das finanças do PT” que traga transparência à arrecadação. Outro ponto é o combate à direita, “que em suas várias manifestações quer impedir o governo eleito de governar com o seu programa e mesmo excluir o PT da atividade política”.