O governador Roberto Requião (PMDB) não vai pedir aos secretários que disputarão as eleições do próximo ano que deixem seus cargos no início do ano. Requião afirmou ontem que os secretários permanecem no governo até a data prevista na legislação eleitoral, que determina que os integrantes do Poder Executivo que serão candidatos às eleições de 2006 devem se afastar dos cargos até o início de abril.
A decisão do secretário da Justiça, Aldo Parzianello, de deixar o governo no final do mês – ele pretende se candidatar à Câmara Federal – foi aplaudida pelos deputados peemedebistas que defendem a saída antecipada dos pré-candidatos do governo. Ontem, Renato Adur deixou a Secretaria de Desenvolvimento Urbano. Adur disse que vai ajudar na campanha do governador à reeleição ou às prévias do PMDB em março, quando o partido anunciou que pretende escolher um candidato à presidência da República.
O líder do governo na Assembléia Legislativa e presidente estadual do PMDB, Dobrandino da Silva, disse que a decisão é do governador, mas que os secretários poderiam tomar a iniciativa. "O Lula está certo. Porque mexer no governo no meio se pode mexer no início do ano?", disse o líder do governo, comentando a posição do presidente de estimular o afastamento antecipado dos seus auxiliares que vão concorrer às eleições de 2006.
Para Dobrandino, a posição de Parzianello foi "elogiável" ao entregar o cargo antes do prazo legal. "Depende do juízo de cada um. O Parzianello evitou constrangimentos ao governador", afirmou o presidente do partido. Para Dobrandino, existem duas razões para adiantar a saída dos auxiliares de Requião. A primeira é que o governador teria mais tempo para recompor a sua equipe, já que mais de oito nomes do primeiro escalão estão na lista dos pré-candidatos em 2006. Se todos confirmarem a candidatura, o governador terá que refazer uma boa parte da equipe e a busca de substitutos, normalmente, é um processo demorado, citou Dobrandino.
A outra é que, desta forma, reduziria o campo de atrito com os deputados estaduais que estão sempre se queixando de que alguns secretários usam os cargos para fazer suas campanhas.
"Há uma ciumeira na Assembléia. Sempre há uma ou outra crítica porque alguns misturam as coisas", comentou o dirigente peemedebista. (EC)