Acuado pelas denúncias de envolvimento em corrupção, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), tenta agora controlar a Câmara Legislativa para salvar o mandato. Para tanto, mandou de volta para a Casa dois deputados tarimbados de sua tropa de choque: Eliana Pedrosa, do Desenvolvimento Social, e Paulo Roriz, da Habitação, ambos do DEM. Eles tentarão assumir postos estratégicos na Câmara.
Eliana é fiel escudeira de Arruda. Empresas de sua família aparecem na planilha de caixa 2 da campanha de Arruda – revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo na sexta-feira – e também em contratos com o governo do DF. Já Paulo Roriz, sobrinho do ex-governador Joaquim Roriz, comanda uma secretaria sob suspeita de irregularidades – José Luiz Naves, presidente de um órgão vinculado à pasta da Habitação, foi pego num vídeo recebendo propina.
Ontem, a assessoria de Eliana confirmou o pedido de exoneração do cargo e seu retorno à Câmara. Na volta, tentará presidir a Comissão de Constituição e Justiça, posto estratégico para analisar pedidos de impeachment contra Arruda, suspeito de montar o “mensalão do DEM” em Brasília.
Outra opção para o governador controlar a Câmara é Eliana se candidatar à presidência da Casa, caso o atual presidente Leonardo Prudente (DEM) renuncie ao mandato. Ele foi flagrado em vídeo colocando dinheiro oriundo de propina nas meias, bolsos e paletós. Prudente está afastado do cargo.
Eliana e Paulo Roriz deverão comandar a tropa de choque do governador, já que a líder do governo, Eurides Brito (PMDB), permanece, informalmente, afastada das funções políticas depois da revelação do vídeo em que aparece recebendo dinheiro vivo das mãos de Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do governo e delator à Polícia Federal de todo o esquema no governo Arruda.