O secretário estadual de Saúde, Gilberto Martin, irá à Assembleia Legislativa na próxima segunda-feira, dia 10, para responder aos questionamentos dos deputados estaduais sobre as ações do governo no combate à gripe A. A participação de Martin no grande expediente da próxima sessão foi anunciada ontem, 4, pelo líder do governo, Luiz Claudio Romanelli (PMDB).
Ele disse que o secretário vai detalhar aos deputados a estratégia do governo do Paraná no enfrentamento da epidemia, que já fez vinte e sete vítimas oficiais no Estado.
Na sessão de anteontem, o presidente da Comissão de Saúde, Ney Leprevost (PP), questionou a eficácia das ações do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde para conter o avanço da doença e levantou dúvidas sobre os números oficiais divulgados pelas autoridades sanitárias.
Ontem, o líder da bancada de oposição, Élio Rusch (DEM), disse que os governos não trataram o problema com a devida seriedade. “Eles deveriam ter se antecipado ao crescimento do número de casos”, disse.
O líder do governo, que conversou com o governador Roberto Requião (PMDB) e o secretário de Saúde ontem pela manhã, afirmou que a situação está sob controle. Ele negou que esteja faltando o medicamento para combate à doença como foi sugerido por alguns deputados anteriormente.
“Nenhum doente vai deixar de receber o Tamiflu (nome comercial do medicamento indicado para o tratamento da Gripe A). Desde que haja prescrição do médico, ninguém vai ficar sem o remédio”, disse.
Temores
A preocupação dos deputados com a disseminação da doença levou alguns deles a sugerir à Mesa Executiva a suspensão das sessões, como já foi feito com as reuniões e audiências públicas.
Mas a medida não é aceita pela maioria, que teme a repercussão da medida junto à opinião pública. “Se suspendermos às sessões estaremos sujeitos a não ser compreendidos e a sofrer muitas críticas”, disse Rusch.
Ontem, a Assembleia Legislativa antecipou a sessão de hoje, como já fazia antes da epidemia de gripe. Mas os partidos não hesitaram em cancelar as reuniões por causa do medo da gripe. Rusch, secretário geral dos Democratas, confirmou que não haverá mais o encontro do partido que estava marcado para o próximo dia 14, em Cascavel.
A mesma solução foi adotada pelo PSDB, que estava convocando um encontro estadual do partido para a próxima quarta-feira, em Curitiba. Em comunicado divulgado ontem, a direção estadual do partido disse que preferiu evitar as aglomerações.
O partido pretendia reunir na capital todos os seus prefeitos, vereadores e deputados para debater a participação do PSDB nas eleições do próximo ano. De acordo com a assessoria do PSDB, a reunião será realizada em 16 de setembro.