O Estado do Rio Grande do Sul poderá enfrentar dificuldades financeiras a partir de março e fechar o ano com déficit de R$ 550 milhões se o novo governo não conseguir reverter as condições atuais das finanças públicas. A previsão foi feita hoje pelo secretário da Fazenda, Odir Tonollier, em entrevista à imprensa, na qual apresentou um diagnóstico da situação com a qual o governo de Tarso Genro (PT) iniciou sua gestão.
Segundo Tonollier, o governo anterior deixou saldo zero em suas contas bancárias e R$ 1 bilhão de restos a pagar do exercício de 2010. O secretário lembrou que é normal que algumas contas fiquem de um ano para outro, mas mostrou-se surpreso com o volume herdado. Citou, como exemplo, atrasos de três meses no pagamento do combustível usado pela Secretaria da Segurança, num valor próximo a R$ 7 milhões, convênios do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) com municípios, no valor de R$ 140 milhões, sem previsão orçamentária, e R$ 100 milhões de repasses obrigatórios às prefeituras não empenhados. O novo governo também encontrou um saldo negativo de R$ 4,6 bilhões no caixa único do Estado.
Segundo Tonollier, o Rio Grande do Sul não pode mais cortar serviços à população para equilibrar seu caixa. A solução, acredita o novo secretário, é aumentar a arrecadação pelo crescimento econômico e também pelo aumento da eficiência na fiscalização.
O presidente estadual do PSDB, Claudio Diaz, sustenta que o governo de Yeda Crusius entregou o Estado com as contas em dia. Lembrou que Yeda assumiu um Estado dependente de empréstimos do Banrisul para pagar salários, conduziu o Rio Grande do Sul ao déficit orçamentário zero, passou a pagar todos os compromissos em dia e a fazer investimentos. O dirigente partidário considerou os números apresentados por Tonollier como “um processo político de tentativa de desconsiderar um governo que fez transformações importantes no Rio Grande do Sul”.
Diaz também criticou o PT por aumentar gastos com os cargos de confiança, numa referência ao projeto do governo Tarso Genro aprovado nesta semana pela Assembleia Legislativa que prevê reajuste para R$ 4,3 mil para 518 coordenadores de área que ganhavam entre R$ 1,3 mil e R$ 1,8 mil.