A decisão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de usar os portos do Rio Grande e de Porto Alegre, e o de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, como alternativa para a exportação da soja transgênica gerou críticas do deputado federal Eduardo Sciarra (PFL/PR). Há meses o deputado pefelista vem alertando sobre os prejuízos da postura que ele define como ?intransigente? adotada pelo governo do Estado em relação aos transgênicos.
?Como se não bastasse a perda de cargas pelo Porto de Paranaguá, agora o ministro dos Transportes anunciou que pretende destinar investimentos especiais para outros estados, em detrimento do Paraná?, lamentou Sciarra. O anúncio foi feito esta semana em Porto Alegre, pelo ministro dos Transportes, Anderson Adauto.
Devido à proibição do governo do Paraná, que impede o escoamento da soja modificada pelo Porto de Paranaguá (mesmo com a decisão contrária do STF – Supremo Tribunal Federal), o governo federal pretende definir novas estratégias para garantir a exportação da safra logo nos primeiros dias de janeiro. A idéia é acelerar ao máximo o processo de exportação do produto.
?Enquanto o governador Requião tem a ilusão de que o Paraná possa ser declarado área livre de transgênicos, outros estados, como Santa Catarina, estão se mobilizando e vão conseguir recursos que seriam destinados para o Paraná?, criticou Sciarra.
No entendimento do deputado, a postura contrária do governo do Paraná em relação aos transgênicos tem causado sérios prejuízos ao setor exportador do Estado. De acordo com dados da Associação Nacional das Exportadoras de Cereais (Anec), só no mês de dezembro o Porto de Paranaguá deixou de exportar 325 mil toneladas de soja, no valor de US$ 91 milhões, que estão sendo enviadas ao exterior por meio do Porto de Santos. ?Com isso, o porto paranaense deixou de arrecadar US$ 2,2 milhões, numa demonstração clara de como a decisão de proibir os transgênicos é lesiva aos interesses do Paraná?, avalia.