Scalco é contra antecipar campanha eleitoral

Coordenador da campanha do prefeito Beto Richa à reeleição no ano passado e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1998, o ex-deputado Euclides Scalco disse que está afastado das articulações que pretendem transformar o tucano no candidato do PSDB às eleições para o governo do Estado, no próximo ano.

“Tudo deve ser definido a seu tempo. O processo eleitoral é em 2010. Sou um legalista. Não se pode atropelar os prazos da Justiça Eleitoral”, afirmou Scalco, que discorda da antecipação do processo eleitoral.

No PSDB, além do grupo que trabalha em favor de Beto, o senador Alvaro Dias também já se colocou à disposição do partido para disputar a sucessão estadual. Scalco disse que, até agora, não foi consultado sobre o assunto pelos correligionários.

A contrariedade de Scalco com o ritmo das confabulações político-eleitorais é ampla. “A antecipação não ajuda nem o Estado nem o País. Não interessa se é meu partido ou outro. Se é federal, municipal ou estadual. O presidente da República não pode fazer comício com prefeito a esta altura”, disse o tucano, referindo-se ao encontro realizado pelo Palácio do Planalto entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com os prefeitos que tomaram posse este ano.

Para Scalco, o debate eleitoral com o público deveria ser adiado para abril do próximo ano, quando, conforme a legislação eleitoral, todos os atuais ocupantes de cargos do Executivo devem se afastar se quiserem concorrer às eleições de 2010.

“É por isso que tem um excesso de candidatos com o mandato cassado. Muita gente faz campanha antes do tempo. São ainda dois anos de administração antes da campanha. Antecipar prejudica quem se elegeu agora”, afirmou.

Afastado

Desde que acabou a campanha eleitoral do ano passado, o ex-ministro Euclides Scalco tem mantido distância da prefeitura de Curitiba. Ele afirmou que sua missão terminou no dia em que Beto venceu a eleição e que, por não estar na direção partidária, age como um filiado normal e não participa das reuniões da cúpula do partido.

“Eu coordenei a campanha de Beto. Meu compromisso foi até 5 de outubro. Essa era a minha tarefa. Voltei a ser um filiado normal”, justificou Scalco. A ausência de Scalco nas reuniões tucanas recebe outras explicações nos bastidores.

Uma delas é que o ex-deputado discordou de algumas escolhas feitas por Beto para a sua equipe. E teria preferido observar à distância, pelo menos, por enquanto.

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