Conselheiros da Fundação Padre Anchieta reunidos ontem de manhã na sede da TV Cultura sabatinaram o presidente da instituição, João Sayad, a respeito das mudanças que ele planeja fazer na programação e na gestão da emissora. Ele anunciou a extinção de programas (como o Manos & Minas e Login), o encerramento dos serviços terceirizados (gravações, por exemplo, para a TV Assembleia, Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Procuradoria da República e TV Justiça), o fim de contratos e seu plano para a diminuição dos déficits da TV, além do aumento da produtividade.
Sayad afirmou que em 24 horas de programação a TV Cultura só produz atualmente 6 horas de conteúdo próprio, o que é considerado muito pouco para o tamanho da folha salarial. Os conselheiros resolveram, ao final da explanação, conceder uma espécie de “crédito” de seis meses para que o plano surta resultados. Ao final desse período, haverá uma reavaliação das modificações.
Sayad também teve de ouvir algumas advertências e recomendações. O conselho não concorda que ele extirpe totalmente da programação de música erudita as transmissões de orquestras brasileiras – o presidente preferiria exibir, como o núcleo central do programa, orquestras internacionais em apresentações consagradas.
Um conselheiro sugeriu que Sayad abandone a pretensão de exibir daqui por diante apenas os documentários da mostra É Tudo Verdade, organizado pelo crítico Amir Labaki – para uma ala da fundação, é importante manter a exibição dos documentários financiados pelo programa Doc-TV, que Sayad pretendia diminuir drasticamente.