Sartori ameaça ida de Ana Amélia ao 2º turno no RS

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), candidato à reeleição, lidera uma nova pesquisa de intenção de voto feita pelo Ibope para o Grupo RBS nos dias 1 a 3 de outubro. O resultado, divulgado no início da noite desta sexta-feira, 3, mostra o petista com 35% da preferência na modalidade estimulada, seguido por Ana Amélia Lemos (PP), com 27%, José Ivo Sartori (PMDB), com 20%, Vieira da Cunha (PDT) e Roberto Robaina (PSOL), com 2% cada, e Edison Estivalete (PRTB), com 1%. Humberto Carvalho (PCB) não chegou a 1%.

O retrato da preferência eleitoral do momento revela uma reviravolta. Na sondagem anterior, divulgada no dia 24 de setembro, Ana Amélia tinha 37%, Tarso 30% e Sartori 15%. A projeção para o segundo turno também se inverteu. Tarso, que tinha 33% no levantamento anterior, passou para 42%, enquanto Ana Amélia baixou de 47% para 41%. Em outras duas projeções, feitas pela primeira vez, Tarso venceria Sartori por 43% a 39% e Sartori venceria Ana Amélia por 41% a 38%.

Como a margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, a disputa está acirrada e tem resultados imprevisíveis em todas as modalidades. Nas três simulações para o segundo turno o quadro é de empate técnico.

A situação é semelhante na corrida pela vaga no Senado. Olívio Dutra (PT) aparece pela primeira vez à frente de Lasier Martins (PDT), com diferença mínima, de 31% a 30%. Pedro Simon (PMDB) tem 13%, Simone Leite (PP) 4%, Júlio Flores (PSTU) 2%, Rubens Goldenberg (PRP) 1% e Ciro Machado (PMN) não pontuou. Foram entrevistados 2.002 eleitores. A pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral sob o número RS 00024/2014.

Polarização

Azarão na disputa, Sartori, ex-prefeito de Caxias do Sul, beneficia-se da eterna polarização entre petistas e antipetistas no Rio Grande do Sul.

Sartori se beneficiou diretamente da eterna polarização gaúcha. Apesar de o PMDB não ter sido jamais aliado petista no Rio Grande do Sul, mesmo com a aliança nacional, a cada eleição surge um candidato que representa o lado oposto ao PT. Nessa disputa, não é a primeira vez que o PMDB surge como uma espécie de terceira via distorcida, cooptando votos de quem não quer mais o PT, mas também não simpatiza com seu adversário da vez.

A análise das últimas pesquisas mostra que, enquanto Tarso levava votos de indecisos, Sartori tirou parte dos votos do PDT, possivelmente desanimados com a candidatura do deputado Vieira da Cunha, que não decolou, mas não à vontade para votar no PP de Ana Amélia, adversário histórico. Ao mesmo tempo, o peemedebista conquistou votos entre os indecisos, ainda um porcentual alto no Estado. Nas duas últimas semanas, passou a tirar votos também de Ana Amélia, acossada por denúncias de omissão de patrimônio e de ter ocupado um cargo no Senado sem trabalhar. A aposta agora é que Sartori pode crescer ainda mais porque, nas simulações de segundo turno, vence Tarso por uma diferença de quatro pontos, enquanto Ana Amélia está em empate técnico com o governador. O prefeito poderá, mais uma vez, cooptar os votos daqueles que pretendem tirar o PT do poder.

Professor universitário, Sartori foi deputado federal e deixou a Câmara para ser eleito prefeito de Caxias do Sul, a segunda maior cidade do Rio Grande do Sul, por dois mandatos, em 2004 e 2008. Também foi deputado estadual por cinco mandatos consecutivos.

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