Sarney: PEC dos suplentes pode ser votada este ano

O presidente do Senado, José Sarney, disse hoje que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que trata da indicação de suplentes de senadores pode ser incluída na reforma política que, segundo ele, será votada este ano. Sarney reconheceu que há “abusos” na escolha do ocupante do cargo, referindo-se aos candidatos que indicam parentes para a vaga de suplente. “Eu acho que isso pode ser feito (votar a emenda dos suplentes este ano). Há certos abusos que a gente tem de considerar”, admitiu. “Acho que (a PEC) deve ser incluída na reforma política. Estamos procurando votar este ano”, afirmou.

Feita por um grupo de senadores, a proposta que trata dos suplentes proíbe a escolha de parentes para o cargo e determina que em caso de morte ou renúncia o novo ocupante da vaga seja escolhido por eleição. Na legislatura que começa terça-feira (1º) somente o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, reeleito senador no ano passado, escolheu pela segunda vez o filho do mesmo nome para o cargo de suplente. O Senado encerra a atual legislatura com 1/3 de seus representantes não eleitos.

Candidato à presidência do Senado pela quarta vez, Sarney voltou a afirmar, a exemplo do que fez em outras ocasiões, que considera “um sacrifício” comandar a Casa. “Eu não digo animadíssimo, porque eu acho que para mim é um sacrifício o que estou fazendo. Espero que mais uma vez eu possa ajudar o senador a ajudar o País na presidência da Casa”, disse, lembrando que já foi presidente algumas vezes. “Já tenho uma certa idade. Para mim é uma carga de trabalho muito grande que nós temos que arcar para dirigir uma Casa política, colegiada e ao mesmo tempo com grandes problemas na área administrativa”.

Questionado sobre o motivo de o PMDB não ter indicado outro candidato, Sarney respondeu que a pergunta deve ser feita à liderança do partido. “Sou favorável a qualquer outra solução que possa encontrar. Mas acho que tentaram. Mantiveram esse apelo (à candidatura dele) em favor da unidade do partido.”

Para o presidente do Senado, o enfoque da legislatura que começa na terça-feira está relacionado ao problema das enchentes no País, da segurança nacional e da reforma política. Ele voltou a dizer que se a reforma política não for feita no primeiro ano de cada legislatura “não se faz mais”. “Essa é a experiência que a gente tem.”

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