O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), admitiu hoje que tem “relações pessoais” com o ex-governador José Roberto Arruda, mas negou ligações políticas e não quis comentar o conteúdo do manuscrito, feito por Arruda, em que a expressão “Sarney” surge numa contabilidade de caixa dois da campanha de 2006 ao lado do termo “250/150 PG”.
“Fomos colegas aqui no Senado. Temos relações pessoais, mas não políticas. Eu sempre pertenci ao PMDB e minhas ligações com o PMDB são com o governador Roriz”, disse Sarney.
Na campanha de 2006, o ex-governador Joaquim Roriz, citado por Sarney, foi apoiado por Arruda na sua candidatura ao Senado. Arruda foi eleito governador. Segundo depoimentos de Durval Barbosa, delator do esquema do “mensalão” do DEM”, foi Roriz quem autorizou, quando ainda era governador, a arrecadar fundos do seu governo para ajudar na campanha de Arruda.
Sarney afirmou que não comentaria o conteúdo do documento escrito por Arruda. “É uma história inocente que apareceu em cima da mesa de uma televisão”, disse. O senador refere-se ao episódio em que o tucano Márcio Machado, ex-secretário de Obras de Arruda, esqueceu esse documento e outra planilha em janeiro de 2007 durante entrevista a uma emissora de televisão.
O apontamento isolado do nome “Sarney” não permite indicar a quem da família do presidente do Senado supostamente se refere o manuscrito. Segundo perícia solicitada pelo jornal O Estado de S.Paulo, as letras “PG” foram escritas por Márcio Machado, um dos arrecadadores do caixa 2 do governador cassado que, depois de vencida a eleição, virou secretário de Obras do Distrito Federal.