Ao sair da Comissão Especial do Meio Ambiente que iria discutir o Código Florestal, o deputado Sarney Filho (PV-MA) admitiu que encerrar a sessão sem uma definição foi parte de sua estratégia. Por ser o parlamentar mais antigo entre os presentes, ele presidiu a sessão de hoje.
Pela terceira vez consecutiva, a sessão foi encerrada sem ser definir seu presidente e relator. O motivo foi o impasse entre os deputados voltados para o movimento ambientalista e a bancada ruralista. Enquanto os deputados ambientalistas alegam que sua representatividade é pequena, os ruralistas não abrem mão dos cargos de presidência e relatoria da comissão.
“Não foi troco, foi tática”, respondeu, quando questionado pela Agência Estado se a declaração do fim da sessão de hoje teria sido uma resposta ao procedimento anterior dos ruralistas. Ele argumentou que preferiu interromper a reunião porque houve impasse a respeito do nome do relator dos trabalhos. “Vamos protelar o máximo possível”, acrescentou.
Essa estratégia poderá jogar água na intenção dos ruralistas de alterarem o mais cedo possível o Código Florestal em vigor. A partir do dia 11 de dezembro começam a valer as sanções para os produtores que estiverem em desconformidade com a lei.
Na avaliação de Sarney Filho, o intuito dos deputados da bancada ruralista de revisar o Código Florestal está na contramão da história. “Não vamos comer um prato feito. Os ruralistas já preparam o prato para nós comermos, mas não vamos comer um prato feito”, declarou. Para ele, o adiamento da discussão é uma rotina. “Na política, essas ações são legítimas”, acrescentou.