O final do desfile de 7 de Setembro em Brasília foi marcado por um protesto contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Cerca de 150 manifestantes, segundo cálculos da Polícia Militar, romperam uma grade de segurança, invadiram o gramado da Esplanada dos Ministérios e chegaram a menos de 100 metros do palanque onde estava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Eles cobravam a saída de Sarney da presidência do Senado.
“Sou brasileiro, sou patriota, mas eu não sou idiota”, gritavam os manifestantes, a maioria estudantes de escolas secundaristas e da Universidade de Brasília (UnB) com as caras pintadas, muitos com nariz de palhaço. Sarney não foi ao desfile. Houve um princípio de confusão. Quando os manifestantes furaram o bloqueio, Lula já havia descido do palanque e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, tinha acabado de sair.
Em Aparecida (SP), a crise do Senado foi o tema da 15ª edição do Grito dos Excluídos, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, que reuniu cerca de 2 mil pessoas. O movimento foi convocado pelas pastorais sociais da Igreja reunidas na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e outros movimentos sociais. O bispo de Aparecida, dom Raymundo Damasceno de Assis, disse que “a crise no Senado, e as que a sucederam, demonstram que não basta ter uma democracia apenas formal, é necessário que o povo participe”.