O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse que não foi consultado por seu filho, o empresário Fernando Sarney, sobre a medida judicial apresentada contra o jornal O Estado de S. Paulo, que proibiu a publicação de reportagens que contenham informações da Operação Faktor, mais conhecida como Boi Barrica. “Não fui consultado sobre essa iniciativa, de exclusiva responsabilidade dele (Fernando Sarney) e de seus advogados, e por isso é uma distorção de má-fé querer me responsabilizar pelo fato”, afirmou o peemedebista, em nota divulgada hoje. “Todo o Brasil é testemunha de minha tolerância e minha posição a respeito da liberdade de imprensa, nunca tendo processado jornalista algum.”
De acordo com Sarney, seu filho Fernando “tem sido vítima de cruel e violenta campanha infamante por parte de O Estado de S. Paulo”. “Na defesa de seu direito, por seus advogados, (Fernando) entrou na Justiça contra O Estado de S. Paulo, uma vez que ninguém é privilegiado com imunidade contra a lei. Não discuto a demanda, mas não posso condená-lo por exercer seu direito de cidadão”, afirmou o presidente do Senado.
Decisão da Justiça determinou no final da semana passada que o jornal não publique mais informações sobre a investigação da Operação Faktor, da Polícia Federal (PF), e proíbe os demais veículos de comunicação – emissoras de rádio e televisão, além de jornais de todo o País – de utilizarem ou citarem material publicado pelo periódico. Os advogados do empresário afirmam que o jornal praticou crime ao publicar trechos das conversas telefônicas gravadas na operação com autorização judicial e alegaram que a divulgação de dados fere a honra da família Sarney. As gravações revelaram ligações de José Sarney com a contratação de parentes por meio de atos secretos.