O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse hoje que, ao contrário do que ocorreu com a presidente Dilma Rousseff, que defendeu o sigilo nas obras da Copa do Mundo de 2014, ele não recebeu nenhum esclarecimento que justifique a medida. “Eu não entendo como se possa ter sigilo em uma obra e em outra obra pública não ter sigilo”, alegou. “É preciso ser explicado quais são os motivos”, completou.

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Sarney disse que a sua opinião não deve ser vista como uma imposição ao Senado, mas sim como a opinião pessoal de um parlamentar. “Não vou aliciar ninguém”, destacou. “Minha posição de presidente do Senado é sempre posição de isenção, mas isso não me inibe de ter minha opinião”.

Ele tampouco quis opinar sobre as alternativas propostas pelo líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), e o senador Walter Pinheiro (PT-BA), para derrubar o sigilo da Medida Provisória 527. O tucano entende que a MP deveria ser devolvida ao governo, porque é inconstitucional. Já o petista defende um acordo prévio que assegure a iniciativa da presidente Dilma de vetar o artigo, sem inviabilizar a agilidade na contratação das obras da Copa.

No entender de Sarney, há espaço na Casa para tratar do tema de comum acordo com a maioria dos senadores. “O Senado naturalmente dará a sua decisão. Sempre tenho dito que no Congresso há um espaço do interesse comum (no qual) as diversas correntes podem ficar unidas”, defendeu. “Acho que há sempre um espaço para negociação, de maneira que pode ser feito acordo aqui dentro do Senado”, frisou, reiterando a posição de retirar o dispositivo que oculta os preços das obras da MP.

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Sobre a iniciativa da presidente Dilma, de alegar que o sigilo vai evitar corrupção e a combinação de preço entre as empresas, Sarney disse que o governo deve ter algum motivo para agir dessa forma. “Naturalmente se o governo mandou (o texto) nesses termos deve ter algum motivo, agora cada um de nós tem a sua opinião e eu não vejo nenhum diferença entre obras da Copa e qualquer obra pública”, destacou.

Ele rebateu a ideia de que estaria se opondo ao governo, ao defender que “divergências de ideia não significa que seja contra”. “Estou divergindo de um projeto e das ideias”, concluiu.

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