O governo brasileiro deve analisar a conveniência de novos investimentos na construção de usinas nucleares depois do que ocorreu no Japão e, principalmente, das consequências a que está submetida a população daquele país, na opinião do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Ele considera que esse debate científico deverá ser tratado pelo Brasil e por autoridades de todo o mundo.

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Na sexta-feira (11), o Japão sofreu um terremoto de magnitude 9 na escala Richter seguido de um tsunami que devastou cidades do nordeste do país. Autoridades japonesas decretaram a evacuação de um raio de 20 quilômetros (km) ao redor da Usina de Fukushima Daiichi e de 3 km em volta da Usina Fukushima Daini, depois do registro de avarias provocadas pelo abalo sísmico e do vazamento de gás radioativo.

Hoje, o Brasil tem em funcionamento duas usinas nucleares – Angra 1 e Angra 2 –, no Rio de Janeiro. No ano passado, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 6,1 bilhões para a construção de Angra 3.

Segundo a Eletronuclear, esse financiamento corresponde a 58,6% do investimento total do projeto. A empresa, à época da aprovação do financiamento, informou que ainda seria necessário investimentos diretos de cerca de R$ 9,9 bilhões.

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Mesmo no Brasil, onde é baixa a probabilidade de terremotos de grande magnitude e de tsunamis, como os ocorridos no Oceano Pacífico, José Sarney ressaltou que “a natureza tem suas próprias vontades”.

O presidente do Senado destacou, entretanto, que o debate sobre a necessidade de investimento em energia nuclear deve ser tratado por cientistas e não por “opiniões de políticos”.

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“Eles [cientistas] sabem de nossas vulnerabilidades e onde elas podem ocorrer, mesmo porque cabe verificarmos que a natureza tem suas próprias vontades”, disse ele.

Segundo a agência de notícias Lusa, a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, disse no domingo que o seu país e o mundo devem reavaliar o uso da energia nuclear diante dos fatos ocorridos no Japão. Ainda segundo a agência portuguesa, a chanceler deve anunciar nesta segunda-feira a suspensão do prolongamento de funcionamento das centrais nucleares alemãs realizado pelo governo em outubro do ano passado.