Com menos de 40 dias para negociar com os Estados as dívidas que os entes têm com a Federação, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que o governo está analisando o que pode ser feito para auxiliar as contas estaduais. Baseado num discurso de uma proposta factível, Meirelles afirmou que é preciso equacionar a situação do País. “São necessárias medidas duras inclusive nos Estados e uma análise muito rigorosa de qual é o acordo possível. Precisamos resolver o que vamos fazer”, destacou durante uma entrevista para um pequeno número de jornalistas.
O ministro lembrou ainda que os entes da Federação não podem ficar sem pagar funcionários, como aconteceu com o Rio de Janeiro. O dirigente da Fazenda lembrou ainda que, assim como no governo federal, houve crescimento “bastante relevante” das despesas públicas estaduais. “É o momento de enfrentar tudo isso”, disse.
As críticas que o governo sofreu com os pedidos de contrapartidas pelos Estados foi defendida por Meirelles. Ele avaliou ser “inevitável” que os Estados façam sua parte. “Da mesma maneira que a União já tem e está tomando medidas duras, é necessário que os Estados também o façam”, destacou, evitou, no entanto, comentar qualquer possibilidade de moratória.
O ministro está encarando a negociação de agora como uma “nova rodada entre o governo federal e os Estados”. Na década de 90, os entes da Federação e a União discutiram uma renegociação da dívida. “A meta agora não é anunciar medidas bombásticas e criarmos uma sensação muito rápida e que depois crie frustração e enfraqueça o processo de ajuste”, afirmou.
Durante o julgamento do mérito sobre os cálculos das dívidas estaduais, o Supremo Tribunal Federal deu 60 dias para que a União e os Estados entrem num acordo quanto ao tema. A decisão foi tomada em 27 de abril.