Metade dos prefeitos de Mato Grosso no período de 2001 a 2006 teriam participado da organização criminosa conhecida como “máfia das sanguessugas”. Pelo menos é o que aponta relatório conclusivo das investigações policiais apresentado hoje pela Superintendência da Polícia Federal de Mato Grosso. Neste período, a organização teria movimentado ilicitamente cerca de R$ 110 milhões. A Controladoria Geral da União (CGU) estima que o grupo integrado por empresários, deputados federais, senadores e funcionários públicos teria causado um prejuízo de R$ 15,5 milhões aos cofres públicos.
O relatório apresentado hoje aponta ainda que dos 136 inquéritos policiais instaurados no Estado, 94% foram concluídos sendo que 456 pessoas foram indiciadas: 33 ex-parlamentares, de Mato Grosso e de outros Estados; 71 prefeitos de Mato Grosso e 354 membros de comissões de licitações, assessores parlamentares ou terceiros que se beneficiavam do esquema. Os indiciados irão responder por crimes de corrupção passiva, tráfico de influência, fraude a licitação, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. A operação teve como objetivo desarticular a organização que era especializada na prática de crimes contra a ordem tributária e fraudes em licitações na área da saúde.