O coordenador geral da campanha presidencial do PT no Paraná, Jorge Samek, leva hoje a Brasília uma comitiva de cinqüenta paranaenses que participam amanhã, 22, de uma reunião de campanha com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O grupo é formado por prefeitos que já decidiram apoio à reeleição do petista e vão cobrar dele alguns compromissos para um eventual segundo mandato. Lula convidou prefeitos de todo o país para a reunião, que será realizada no Hotel Nacional.
Na comitiva paranaense estão o prefeito de Foz do Iguaçu, Paulo MacDonald (PDT), de Paranaguá, José Baka Filho (PDT), e o prefeito de Londrina, Nedson Micheleti. Segundo Samek, o presidente irá dar respostas a algumas das reivindicações apresentadas a ele na reunião realizada em Foz do Iguaçu, no mês passado, quando 320 prefeitos se reuniram com Lula para dizer o que esperam de um próximo mandato. Lula fez reuniões iguais à de Foz do Iguaçu em outras cidades do país.
O encontro com o presidente ocorre em meio a mais um momento tenso do governo Lula, quando pessoas próximas ao presidente são acusadas de tentar comprar um dossiê contendo provas de um suposto envolvimento dos tucanos José Serra e Geraldo Alckmin com a máfia dos sanguessugas. Samek afirmou que não vê possibilidades de o episódio trazer prejuízos eleitorais para Lula. ?Não cola no presidente porque o que interessa para as pessoas é saber como está a vida delas no governo do Lula?, comentou.
Ele disse também que o presidente não tem qualquer envolvimento com a operação de compra do dossiê e que Lula é uma vítima do caso. ?Tudo isso é abominável. O presidente não concorda com este tipo de coisa, não compactua. E não aceita. Quem tiver culpa, vai pagar?, comentou. Samek recordou que, em toda a campanha eleitoral, sempre aparece um dossiê envolvendo tucanos. Em 98, o chamado dossiê Cayman gerou controvérsias na campanha à reeleição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Para Samek, o fato de as acusações envolverem colaboradores do presidente não é suficiente para respingar em Lula. ?Os outros também eram?, disse o coordenador da campanha, referindo-se às acusação da existência de um esquema de compra de votos no Congresso Nacional. ?Quem faz esse tipo de coisa, paga um preço por isso. Tudo tem limites. Quem passou desse limite, tem que pagar?, disse.
Pauta
Os prefeitos que vão a Brasília querem que Lula se comprometa a cumprir uma extensa pauta que eles chamam de municipalista. O vice-presidente da Associação dos Municípios do Paraná, Ari Stroher, afirmou que as prefeituras esperam um novo pacto federativo de um novo mandato de Lula. E isso significa maior participação as prefeituras nas receitas da União.
Estão na pauta dos prefeitos a mudança nas taxas de correção das dívidas das prefeituras com a Previdência Social, o aumento do Fundo de Participação dos Municípios e a regulamentação da Emenda n.º 29, que pode reverter em um aumento na transferência de recursos para os municípios aplicarem na área de saúde.
Conforme Stroher, alguns dos prefeitos que vão a Brasília ainda não declararam apoio oficial à reeleição do presidente da República. ?Os prefeitos estão mobilizados em torno dessa pauta. Cerca de 80% estão fechados com o presidente. Mas alguns ainda estão em dúvida?, comentou.