Petistas mantêm a expectativa de uma definição ainda amanhã sobre a situação do ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio. O deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) ainda está sentado na cadeira de ministro de Relações Institucionais, mas é considerado peça fora do governo. Humilhado com o processo sucessório deflagrado “antes da hora” por seus próprios companheiros de PT na Câmara, o ministro “por enquanto” tem um encontro amanhã com a presidente Dilma Rousseff para decidir o futuro da articulação política do governo.

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Hoje, assessores do Planalto cogitavam os nomes do deputado Pepe Vargas (PT-RS), da ministra da Pesca, Ideli Salvatti, e do líder do governo na Câmara, Candido Vaccarezza (PT-SP), como substitutos de Luiz Sérgio.

Petistas e aliados têm pressa de concluir a formatação do novo esquema de articulação política do governo, mas sabem que a presidente é quem definirá o “timing” da sucessão. A bancada petista da Câmara, que disputa o posto de interlocutor do Planalto em clima de racha interno, passou as últimas horas empenhada em fechar um acordo para indicar o sucessor de Luiz Sérgio. Ao final do dia, no entanto, não havia sequer a garantia de que um eventual entendimento seria acatado pela presidente.

Apesar da expectativa de uma definição ainda hoje ou neste final de semana, o clima na cúpula do PT é de preocupação. Um dirigente do partido que acompanha de perto as negociações admite que Luiz Sérgio pode ter de prolongar sua estada no ministério por mais uma semana, até que o Planalto encontre uma solução. Interlocutores da presidente apontam dois problemas na busca do entendimento.

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Primeiro, Dilma ainda não está convencida de que a bancada do PT na Câmara consiga encontrar uma fórmula realmente consensual, de modo que não haja risco de o racha interno ser levado ao gabinete presidencial, nem de arrastar a crise com nova perspectiva de fogo amigo. Em segundo lugar, a presidente tem dúvidas de que o eventual acerto produzido na Câmara seja útil ao governo.

Segundo um dirigente petista, é neste contexto que a presidente pode até adotar uma “solução exógena”, isto é, fora da bancada da Câmara. Neste modelo, o nome mais cotado hoje era o ex-senadora e atual ministra da Pesca. O PT do Senado está fora desta disputa porque entende que a vez é dos deputados, já que os senadores se consideram contemplados com a escolha da colega Gleisi Hoffmann (PT-PR) para substituir Antonio Palocci na Casa Civil.

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Diante da dificuldade de produzir um consenso interno, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), se adiantou. Ele vinha se articulando nos bastidores com os governistas para substituir Luiz Sérgio, mas hoje passou a exibir a simpatia dos líderes aliados como um trunfo para sensibilizar a presidente Dilma.

Para ganhar pontos na disputa contra o grupo do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), Vaccarezza visitou e se deixou fotografar ao lado do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), do líder peemedebista na Casa, Renan Calheiros (AL), e do líder petebista e senador Gim Argello (DF).

Na tentativa de forçar Maia a “engolir” o acerto, ainda fez a articulação casada com a liderança do governo, pela qual o deputado Pepe Vargas (PT-RS), amigo do presidente da Câmara, seria seu sucessor. Maia está conversando, mas seu grupo, incluindo aí o líder da bancada petista Paulo Teixeira (SP), insiste no nome do deputado e ex-presidente da Casa Arlindo Chinaglia (PT-SP) para o ministério, com o discurso de que a distribuição interna de poder está desequilibrada.

O racha na bancada federal explicitou-se na disputa pela presidência, em que Vaccarezza foi vencido por Maia e seguiu na liderança. O “desequilíbrio” de que o presidente da Câmara reclama é o fato de o comando da articulação política do governo ter continuado nas mãos do grupo derrotado de Vaccarezza.

Prova de que isto é um problema real para o Planalto e precisa ser solucionado está no resultado da votação do projeto do Código Florestal, em que o racha ficou explicitado. Divididos, 45 deputados petistas votaram contra a orientação do governo e 35, a favor.

O desafio de Dilma é montar um novo esquema de articulação que promova a costura interna. Um petista do grupo de Maia advertiu hoje que “não haverá governabilidade na bancada se ela não estiver representada no novo time”.

O ministro Luiz Sérgio, que passou a quinta-feira no Rio de Janeiro, irritou-se com o vazamento das notícias sobre sua saída e sua assessoria informou que “ele não se demitiu, mas também não tem apego a cargo nem sabe se fica ou sai”.

Diante do desconforto de Luiz Sérgio, os três protagonistas da disputa interna – Maia, Vaccarezza e Paulo Teixeira – deram uma entrevista coletiva no início da noite para negar a cobiça em torno da cadeira do ministro de Relações Institucionais e tentar mostrar uma unidade que, ao menos até aquela altura, não era fato.

09/06/2011 20:30 – NG/PO/LUIZ SÉRGIO/PT/ABRE

Luiz Sérgio é considerado peça fora do governo

Por Christiane Samarco e Denise Madueño

Brasília, 09 (AE) – O deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) ainda está sentado na cadeira de ministro de Relações Institucionais, mas é considerado peça fora do governo. Humilhado com o processo sucessório deflagrado “antes da hora” por seus próprios companheiros de PT na Câmara, o ministro “por enquanto” tem um encontro amanhã com a presidente Dilma Rousseff para decidir o futuro da articulação política do governo.

Hoje, assessores do Planalto cogitavam os nomes do deputado Pepe Vargas (PT-RS), da ministra da Pesca, Ideli Salvatti, e do líder do governo na Câmara, Candido Vaccarezza (PT-SP), como substitutos de Luiz Sérgio.

Petistas e aliados têm pressa de concluir a formatação do novo esquema de articulação política do governo, mas sabem que a presidente é quem definirá o “timing” da sucessão. A bancada petista da Câmara, que disputa o posto de interlocutor do Planalto em clima de racha interno, passou as últimas horas empenhada em fechar um acordo para indicar o sucessor de Luiz Sérgio. Ao final do dia, no entanto, não havia sequer a garantia de que um eventual entendimento seria acatado pela presidente.

Apesar da expectativa de uma definição ainda hoje ou neste final de semana, o clima na cúpula do PT é de preocupação. Um dirigente do partido que acompanha de perto as negociações admite que Luiz Sérgio pode ter de prolongar sua estada no ministério por mais uma semana, até que o Planalto encontre uma solução. Interlocutores da presidente apontam dois problemas na busca do entendimento.

Primeiro, Dilma ainda não está convencida de que a bancada do PT na Câmara consiga encontrar uma fórmula realmente consensual, de modo que não haja risco de o racha interno ser levado ao gabinete presidencial, nem de arrastar a crise com nova perspectiva de fogo amigo. Em segundo lugar, a presidente tem dúvidas de que o eventual acerto produzido na Câmara seja útil ao governo.

Segundo um dirigente petista, é neste contexto que a presidente pode até adotar uma “solução exógena”, isto é, fora da bancada da Câmara. Neste modelo, o nome mais cotado hoje era o ex-senadora e atual ministra da Pesca. O PT do Senado está fora desta disputa porque entende que a vez é dos deputados, já que os senadores se consideram contemplados com a escolha da colega Gleisi Hoffmann (PT-PR) para substituir Antonio Palocci na Casa Civil.

Diante da dificuldade de produzir um consenso interno, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), se adiantou. Ele vinha se articulando nos bastidores com os governistas para substituir Luiz Sérgio, mas hoje passou a exibir a simpatia dos líderes aliados como um trunfo para sensibilizar a presidente Dilma.

Para ganhar pontos na disputa contra o grupo do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), Vaccarezza visitou e se deixou fotografar ao lado do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), do líder peemedebista na Casa, Renan Calheiros (AL), e do líder petebista e senador Gim Argello (DF).

Na tentativa de forçar Maia a “engolir” o acerto, ainda fez a articulação casada com a liderança do governo, pela qual o deputado Pepe Vargas (PT-RS), amigo do presidente da Câmara, seria seu sucessor. Maia está conversando, mas seu grupo, incluindo aí o líder da bancada petista Paulo Teixeira (SP), insiste no nome do deputado e ex-presidente da Casa Arlindo Chinaglia (PT-SP) para o ministério, com o discurso de que a distribuição interna de poder está desequilibrada.

O racha na bancada federal explicitou-se na disputa pela presidência, em que Vaccarezza foi vencido por Maia e seguiu na liderança. O “desequilíbrio” de que o presidente da Câmara reclama é o fato de o comando da articulação política do governo ter continuado nas mãos do grupo derrotado de Vaccarezza.

Prova de que isto é um problema real para o Planalto e precisa ser solucionado está no resultado da votação do projeto do Código Florestal, em que o racha ficou explicitado. Divididos, 45 deputados petistas votaram contra a orientação do governo e 35, a favor.

O desafio de Dilma é montar um novo esquema de articulação que promova a costura interna. Um petista do grupo de Maia advertiu hoje que “não haverá governabilidade na bancada se ela não estiver representada no novo time”.

O ministro Luiz Sérgio, que passou a quinta-feira no Rio de Janeiro, irritou-se com o vazamento das notícias sobre sua saída e sua assessoria informou que “ele não se demitiu, mas também não tem apego a cargo nem sabe se fica ou sai”.

Diante do desconforto de Luiz Sérgio, os três protagonistas da disputa interna – Maia, Vaccarezza e Paulo Teixeira – deram uma entrevista coletiva no início da noite para negar a cobiça em torno da cadeira do ministro de Relações Institucionais e tentar mostrar uma unidade que, ao menos até aquela altura, não era fato.