O pré-candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, não descartou nesta sexta-feira a possibilidade de compor uma chapa única com o pré-candidato do PMDB, o deputado federal Gabriel Chalita. Em entrevista exclusiva ao Grupo Estado, Russomanno defendeu uma candidatura forte para quebrar a polarização entre PT e PSDB e avisou que aguardará até as convenções partidárias de junho as pesquisas de intenção de voto para definir que rumo tomará sua candidatura. “Vamos ver lá na frente, quando estiver perto das convenções, quem estiver melhor nas pesquisas. A gente caminha dessa forma”, afirmou o pré-candidato, que poderia, dependendo do cenário, ser o vice do peemedebista.

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Durante entrevista à Rádio Estadão/ESPN, Russomanno disse que mantém conversas com Soninha Francine (PPS), com o vereador Netinho de Paula (PCdoB), com Luis Flávio Borges D’Urso (PTB) e, principalmente, com Chalita. “Eu acho assim: política é o diálogo da construção. Talvez assim a gente consiga construir um outro caminho que não seja a polarização”, defendeu.

Russomanno também atacou a gestão do prefeito Gilberto Kassab (PSD) por “falta de pulso” e disse que, embora não tenha críticas à primeira gestão, Kassab se dedicou mais à criação de seu partido do que à administração da cidade na segunda gestão. “Ele resolveu criar um partido político e eu sei o quanto tempo demora e demanda isso. Para conquistar a quantidade de deputados que ele conquistou no País inteiro, ele precisa viajar o País inteiro, ele precisou se desgastar profundamente e a cidade ficou parada, ficou abandonada. Isso é um processo que não pode acontecer”, apontou.

Para o pré-candidato, um prefeito precisa sair do gabinete para sentir os problemas cotidianos da população. “O prefeito tem que estar à frente da cidade, mas não é só no gabinete. É uma questão de ir pra rua”, criticou. “Quando você está no gabinete, todo mundo fala que está tudo bem para você. Os seus assessores, todos à sua volta, dizem ‘ah, está ótimo, está maravilhoso’. Está mesmo? Vai na rua ver sem avisar onde vai. Se você avisar, todo mundo vai arrumar a casa para você ser recebido”, completou. Ele também criticou a “falta de ideias” na gestão de transporte público. “Não é possível que os administradores queiram ver as pessoas passando o transtorno que passam no trânsito todos os dias, a cidade parando. Precisamos ter boas ideias”, pregou.

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Ex-filiado ao PP, Russomanno admitiu que tinha dificuldades de se relacionar com o deputado federal Paulo Maluf, presidente estadual do partido, com quem teve “umas dezenas de brigas”. Devido aos desentendimentos e ao fato de Maluf ter se comprometido com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) em não lançar candidato à Prefeitura este ano, Russomanno deixou o partido no ano passado. “Minha relação com o Paulo é muito complicada”, contou. No entanto, o pré-candidato disse que pretende conquistar o eleitorado malufista em São Paulo. “Com certeza. Até pela minha postura, meu jeito de ser. Saí do partido com dor no coração”, lembrou.

Russomanno também defendeu a “oxigenação” da política, discurso comum entre os pré-candidatos que disputam este ano o cargo executivo pela primeira vez e que terão na campanha o pré-candidato tucano José Serra como principal adversário. “Precisamos oxigenar a política. Não temos muitos jovens na política porque essa geração foi criada na ditadura militar e não havia incentivo para ser político”, analisou.

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O pré-candidato do PRB foi o terceiro a participar da série de entrevistas sobre eleições municipais, promovida pelo Grupo Estado. Na quarta-feira (18) foi entrevistado o petista Fernando Haddad e na terça-feira (17), Soninha Francine (PPS). Na semana que vem, serão entrevistados Netinho de Paula (PCdoB), no dia 25, e o peemedebista Gabriel Chalita, no dia 27. O pré-candidato do PSDB, José Serra, ainda não confirmou sua participação.