A possibilidade de uma alteração na política de governo na área de reforma agrária não surpreende a oposição. Segundo a presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), mais de uma pesquisa já teria demonstrado a ineficácia do atual modelo. “É o mais ineficiente programa de combate à pobreza”, diz ela. “Como programa para o desenvolvimento econômico tem resultado zero.”
Para a senadora, os assentados vivem precariamente, com graves deficiências nas áreas de saúde e educação. “A reforma virou mais uma bandeira de luta política que uma solução de fato. O modelo está errado: patrimônio não transfere renda, o que gera renda é eficiência, gestão e competitividade”, conclui.
O vice-presidente do DEM e membro da Frente Parlamentar do Agronegócio, deputado Ronaldo Caiado (GO), também acha que a mudança de rota seria o caminho mais “lógico e racional”. Na mesma linha de Kátia Abreu, ele afirma que o atual modelo de reforma agrária não tem como sobreviver, porque a população dos assentamentos vive na miséria, com baixa escolaridade e renda mínima. “É um modelo falido, o governo precisa ver que o jogo é outro, tem de ser o da eficiência, do resultado. O que não é possível é continuar esse processo de favelização do campo”, afirma.
Para o deputado Dr. Rosinha, filiado ao PT do Paraná e defensor dos movimentos de sem-terra, a política de melhoria dos assentamentos não deve impedir a criação de outros. Para ele, as duas políticas não são excludentes.