O presidente do PT, Rui Falcão, classificou de “flerte com o golpismo” o artigo de Ives Gandra Martins, no qual o jurista alega haver fundamentação jurídica para um eventual pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

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“É uma tese, mas não vejo nenhuma possibilidade disso, nem base política ou jurídica para isso. Ela foi eleita e está conduzindo o País de acordo com o programa vitorioso da eleição”, afirmou Falcão, após deixar uma reunião da bancada do PT na Câmara. “Essa tentativas, aqui e ali ensaiadas, de flerte com o golpismo, eu não levo a sério. Porque a população está muito séria com a ideia de democracia. São chuvas de verão”, concluiu.

Em texto publicado no jornal Folha de S.Paulo, Ives Gandra analisa a “fundamentação jurídica para o pedido de impeachment (hipótese de culpa)” de Dilma pelo que chamou de “destruição” da Petrobras – empresa alvo de um escândalo de corrupção e centro da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Questionado, ele não comentou a informação, publicada hoje no mesmo jornal, de que o parecer de Ives Gandra foi encomendado por um advogado que trabalha para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

CPIs

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Falcão também minimizou o pedido de criação de uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os desvios na Petrobras, protocolado ontem na Câmara dos Deputados. De acordo com Falcão, o caso está sendo investigado a exaustão pelo Ministério Público e pela Justiça, mas a oposição tem o direito de fazer “tantas CPIs quanto assim entenderem”.

“Não é o caso de outros Estados, como São Paulo, onde não se instalam CPIs de conteúdo investigativo porque o PSDB, que tem o controle da Assembleia, nunca permitiu”, disse Falcão. “A CPI (da Petrobras) vai se realizar e não temos nenhum temor em relação a investigação. O parlamento vai cumprir o rito normal, embora tenha concluído há pouco uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, formada por Câmara e Senado).

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