O secretário-geral do PPS, Rubico Camargo, pediu demissão ontem da presidência da Compagás, a empresa que tem a concessão do governo para fazer a distribuição de gás canalizado. Ele ocupava o cargo desde o início do governo Requião, em 2003, e comunicou sua decisão de deixar a empresa à presidência da Copel, acionista majoritária da Compagás. Rubico sai do governo uma semana depois de o diretório estadual emitir uma nota com ataques ao governo e ao PMDB, acusados de seduzir prefeitos do PPS com promessas de liberação de verbas.

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 O Palácio Iguaçu ainda não tem nomes para substituir Camargo na Compagás. Anteontem, o governador disse que tinha uma relação de pelo menos vinte nomes capacitados para o cargo. Rubico disse que foi para o governo por meio de um convite pessoal de Requião, já que o PPS não condicionou seu apoio à eleição do governador em 2002 à indicação de cargos, e que sai agora por uma decisão pessoal e partidária.

O ex-presidente da empresa afirmou que o governador quebrou um compromisso de fazer política de forma ética ao permitir que seu partido arregimente prefeitos de outras siglas. Apesar de o governo e a direção do PMDB negarem pressões para filiações, Rubico Camargo afirmou que existe uma ação articulada em curso nas prefeituras. "Deputados do PMDB oferecem benesses do governo a quem entrar no partido", afirmou.

Além de Camargo, outro que pode deixar o cargo é o coordenador da implantação do projeto "Mapa do Crime" da Secretaria da Segurança Pública, Marcelo Jungend. Conforme assessores do Palácio Iguaçu, a saída de Jungend será a mais lamentada pelo governador no desembarque do PPS do governo. Jungend foi diretor-geral da Secretaria de Segurança no início da administração, quando Requião comandou a pasta.

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Resposta

E o clima entre PMDB e PPS continua tenso. Ontem, o 1.º secretário do PPS, Hélio Renato Wirbiski, divulgou uma resposta aos comentários dirigidos pelo presidente regional do PMDB, Dobrandino da Silva, ao presidente e secretário nacional do PPS, Rubens Bueno. Dobrandino comentou o fato de Bueno ter sido diretor da Itaipu, indicado pelo governo do PT e depois ter disputado a Prefeitura de Curitiba e se recusado a apoiar o candidato petista, Angelo Vanhoni. "O sr. Dobrandino faz a política das cavernas, aquela dos coronéis, que são chefes supremos e seus auxiliares meros escravos, que devem sempre seguir à risca as ordens do patrão", contra-atacou a direção do PPS.

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Segundo Wirbiski, Bueno concorreu à Prefeitura seguindo uma orientação partidária. "Rubens Bueno não quebrou nenhuma hierarquia, ao assumir a candidatura do partido, porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem o PPS fora aliado naquele momento, é do PT. Rubens fez apenas aquilo que bons soldados de partidos de verdade fazem: atendeu aos apelos dos companheiros e foi para o embate contra grupos poderosos", afirmou o 1.º secretário.

O dirigente do PPS acusou diretamente Dobrandino de se "lançar vorazmente sobre prefeitos" e de buscar apoio político para a sua reeleição à Assembléia Legislativa. "A inabilidade do presidente do PMDB, que tem assediado os prefeitos em busca de apoio para a sua reeleição, usando o nome do seu partido e a estrutura do governo em benefício próprio, foi um dos motivos que causou o afastamento do PPS", destacou o comunicado do PPS.