O presidente da Copel, Rubens Ghilardi, afirmou ontem que a empresa tinha pressa de aprovação da mensagem na compra da participação da El Paso na Usina Elétrica a Gás (UEG) Araucária por causa da variação cambial. "A Copel não estava desesperada em pagar uma multa de R$ 820 milhões para a El Paso, como disseram alguns deputados da Assembléia Legislativa. Era preciso nos proteger da variação cambial", afirmou. O governador Roberto Requião (PMDB) homologou ontem compra das ações da El Paso, aprovadas pela Assembléia.
Ghilardi explicou que na sexta-feira, dia 19, a empresa teve de renegociar o preço do dólar em reais a ser pago, que ficou em R$ 2,19, desde que a compra das ações da El Paso aconteça até o dia 31 deste mês. Desde o início de maio, o dólar acumula alta de 15%. O preço combinado foi de US$ 190 milhões (R$ 426 milhões), o equivalente ao investimento feito pela El Paso na UEG.
O presidente da Copel garantiu que a empresa não vai fazer a transação se não houver a desistência da ação no Tribunal Arbitral de Paris. "A El Paso tem interesse na venda de suas ações, uma vez que está se retirando do setor elétrico brasileiro", informou.
Ghilardi lembrou que a UEG Araucária não tinha como funcionar por três motivos: "Havia um vazamento no processador de gás e estava impossibilitada de funcionar, não tinha mercado para vender o produto e não tinha contrato homologado pela Aneel". O próximo passo será o de realizar os investimentos necessários para arrumar o vazamento e para torná-la bicombustível, podendo ser usado óleo diesel, na falta de gás. Ghilardi diz que em 2007 a UEG pode fornecer energia para o "consumidor livre" e participar do leilão de energia elétrica da Aneel, 2009.