O líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno, cobrou nesta terça-feira (15), que a Advocacia-Geral da União (AGU) acelere suas ações para recuperar o dinheiro público desviado no esquema criminoso do mensalão, montado no primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O argumento central do parlamentar é a nova denúncia da Procuradoria da República contra o doleiro Alberto Youssef, acusado por lavar pelo menos R$ 1,16 milhão do mensalão. Youssef é alvo da Operação Lava Jato.
Segundo a Procuradoria, Youssef lavou parte do dinheiro que teria sido destinado ao deputado José Janene, líder do PP na Câmara na época em que os operadores do mensalão distribuíram dinheiro para aliados do governo. Janene morreu em setembro de 2010.
“Já se passaram quase 10 anos, a quadrilha já foi condenada e presa e, no entanto, a AGU, apesar de ter iniciado processos, não conseguiu recuperar nenhum tostão”, adverte Rubens Bueno. “Agora o Ministério Público Federal aponta um novo duto de lavagem desse dinheiro e espero que os advogados do Estado brasileiro passem a atuar em conjunto com os procuradores e a Justiça para recuperar esse dinheiro.”
Segundo a denúncia da Procuradoria da República, o doleiro lavou pelo menos R$ 1,16 milhão de um total de R$ 4,1 milhões repassados pelo empresário Marcos Valério, operador do mensalão, ao então deputado federal José Janene (PR).
A lavagem do dinheiro do Mensalão consistiu no repasse de recursos para uma empresa de Londrina, no Paraná. Para o deputado Rubens Bueno, que é membro titular da CPMI da Petrobras, é provável que esse tipo de esquema não tenha encerrado com o fim do mensalão.
“Pelo que estamos apurando até agora na CPMI da Petrobras já dá para perceber que parte dos recursos de contratos superfaturados eram transferidos para empresas como a Sanko Sider e MO Consultoria, esta pertencente ao doleiro Youssef. Para aprofundar a investigação, temos que quebrar, urgentemente, os sigilos bancário, fiscal e telefônico dessas e de outras empresas”, defendeu o líder do PPS na Câmara.
A Sanko Sider nega ter recebido valores ilícitos. “Somos uma empresa com 18 anos de mercado, um nome e uma marca a zelar. Confiamos na Justiça e nas investigações que comprovarão nossa lisura.”