A coordenação jurídica da coligação do Voto Limpo protocolou ontem na 4.ª Zona Eleitoral de Curitiba representação contra a Rádio Colombo, que impediu a participação do candidato à Prefeitura Rubens Bueno (PPS) em programa jornalístico por ela produzido. Uma entrevista com o candidato estava agendada para a última quinta-feira, às 14h, e foi cancelada poucas horas antes por determinação do dono da emissora, Ervin Bonkoski. Outros candidatos já haviam sido entrevistados no mesmo programa.
Segundo a assessoria de imprensa da coligação, que é formada pelo PPS e pelo PHS, Bonkoski disse que não permitiria a entrada de Rubens na emissora e alegou razões de caráter pessoal para vetar a entrevista. “Trata-se de discriminação odiosa, que precisa ser severamente punida pela Justiça Eleitoral”, protestou o coordenador jurídico da aliança, Luiz Felipe Haj Mussi. “Esse tipo de comportamento não pode ser admitido em nenhuma hipótese, porque fere o princípio da isonomia, privilegiando alguns candidatos e prejudicando outros no processo eleitoral”, acrescentou Haj Mussi.
A atitude do proprietário da Rádio Colombo, segundo Haj Mussi, infringe o disposto no artigo 5.º, caput da Constituição Federal, combinado com o artigo 45, IV da Lei n.º 9.504/97 e artigo 23, IV da Resolução 2.1610/TSE. A representação propõe à Justiça que a Rádio Colombo seja obrigada a abrir espaço para a entrevista com Rubens Bueno, como já fez com outros candidatos, e condenada a uma multa de cem mil ufir, tendo em vista a gravidade do fato e do abuso cometido por Bonkoski.
Rixa antiga
A divergência entre Bonkoski e Bueno remonta ao início da década de 90, quando este era deputado federal e Bonkoski já não tinha mais mandato. Bueno denuciou a presença de Bonkoski junto ao então presidente da Câmara Federal, deputado Ibsen Pinheiro, tentando pressioná-lo para obter concessões de novas emissoras de rádio em que tinha interesse.