Na antevéspera da convenção que vai decidir os rumos do PSDB na sucessão estadual, o presidente do diretório estadual, deputado Valdir Rossoni, foi ontem a Brasília expor ao presidente nacional da legenda, senador Tasso Jereissati, as posições que estão dividindo os tucanos paranaenses.
Rossoni vai defender o apoio informal do PSDB à candidatura do senador Osmar Dias (PDT), advogada também pelo senador Alvaro Dias. Já o deputado Nelson Garcia irá representar o grupo liderado pelo presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão, que prega o apoio formal do partido à reeleição do governador Roberto Requião (PMDB).
Para sustentar a tese da aliança com Requião, Garcia apresentou a Jereissati uma moção de apoio assinada por treze deputados do PMDB à candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República. O envolvimento dos deputados peemedebistas na campanha de Alckmin é um dos principais argumentos de Brandão para conquistar a simpatia da direção nacional à coligação com o PMDB.
A moção foi assinada pelos deputados Antônio Anibelli, José Maria Correia, Rafael Greca, Dobrandino da Silva, Geraldo Cartário, Mauro Moraes, Nereu Moura, Vanderlei Iensen, Edson Strapasson, Alexandre Curi, Cleiton Quielse, Caíto Quintana e Artagão de Mattos Leão.
A deputado Elza Correia foi a única a não assinar a lista de apoio a Alckmin. Elza disse que o PMDB precisa fazer coligação no Paraná e não vê problemas em que esse acordo seja feito com o PSDB. Mas declarou que não se identifica com a candidatura tucana à Presidência da República e não vê relação entre uma aliança com os tucanos no Paraná e a sucessão presidencial.
Aliança
Ontem, Brandão e os outros seis deputados estaduais tucanos entregaram a Rossoni um requerimento apresentando a proposta de aliança com o PMDB. O documento obriga Rossoni a submeter o assunto à votação na convenção de amanhã, 29, que começa às 17 horas, na sede estadual do partido, no Centro Cívico. No requerimento, a bancada tucana defende a coligação majoritária e proporcional entre PMDB e PSDB.
Cavalheiros
Na noite de segunda-feira, ainda sob o impacto do lançamento da candidatura de Osmar ao governo, a cúpula tucana se reuniu para analisar o efeito da entrada do pedetista na disputa. Segundo Brandão, os grupos chegaram a um acordo sobre a condução do processo: o que vai valer é o resultado da convenção.
Brandão afirmou que a decisão ficará a cargo dos cerca de quinhentos delegados do partido à convenção e não ficará restrita aos treze integrantes da Executiva, como entendia o senador Alvaro Dias. O presidente da Assembléia Legislativa reconheceu que havia defendido, inicialmente, que a posição do partido fosse definida pelos treze integrantes da Executiva. Mas justificou que recuou da proposta ao ser alertado que a fórmula afronta o estatuto do partido. "Eu reconheci que era um erro e todos concordaram que a decisão é de todos os delegados. Será uma convenção democrática. Quem ganhar, ganhou", afirmou o presidente da Assembléia Legislativa, convidado pelo PMDB para ser o candidato a vice-governador na chapa de Requião, se a coligação for oficializada.
O Estado do Paraná não conseguiu localizar ontem o senador Alvaro Dias para comentar o assunto.
