Ainda não foi desta vez que o PSDB do Paraná chegou a um acordo para anunciar seu candidato ao governo do Paraná. Não houve entendimento ontem entre o prefeito de Curitiba, Beto Richa, e o senador Álvaro Dias, que se reuniram mais uma vez com o presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra, em Brasília. Guerra pediu mais um prazo à direção estadual, que pressionava para aprovar o lançamento da pré-candidatura de Beto ao governo.
Diante do pedido de Guerra, o presidente estadual do PSDB, deputado Valdir Rossoni, convocou uma reunião da executiva para ontem à noite. E decidiram que o diretório se reúne, em caráter irrevogável no próximo dia 22, às 10h, na sede do partido seja para homologar o possível acordo entre o prefeito e o senador ou, em caso de o impasse se manter, para escolher o nome do candidato. Rossoni esperava uma posição da direção nacional do partido ainda na noite de ontem.
Apesar da aparente contrariedade com a posição da direção nacional, os tucanos pró-Beto não dão o braço a torcer ao poder de articulação do senador tucano e garantem que o prefeito será lançado candidato, mais cedo ou mais tarde. Para os apoiadores do prefeito, os planos foram adiados, não interrompidos.
“Essa turbulência do processo é natural. Não há nada de diferente das outras eleições. O fato é que a vontade da maioria é que vai prevalecer”, afirmou Rossoni.
Ele disse que o pré-lançamento é uma forma de sinalizar a preferência do partido pelo prefeito de Curitiba. E garantiu que dos cerca de oitocentos convencionais do partido, a maioria aprova a indicação de Beto Richa, sugerindo que, embora tenha direito de disputar a convenção, o senador Alvaro Dias não conseguiria vencer o prefeito no voto.
Sem forca
Mas o senador Alvaro Dias disse que não há pressa na decisão e que vai esperar pela manifestação da direção nacional. “As informações estão colocadas para a direção nacional.
Eles têm todos os elementos e pediram um tempo para ver o que fazem. Isso pode sair em 24 horas ou não. Estamos falando de política e não de matemática. E ninguém está tirando o pai da forca”, ironizou o senador.
Para Alvaro, não se trata de uma disputa pessoal. Mas de um confronto de teses. “Para o diretório nacional decidir, é simples. É só verificar qual candidatura soma mais para o projeto do partido. Não basta o interesse pessoal. Se provarem que a minha tese está errada, não tenho problema em reconhecer”, disse.
A tese de Alvaro é que sua candidatura pode possibilitar um amplo palanque a Serra no Paraná, resgatando o PDT e ampliando o leque de apoios para o PMDB do governador Roberto Requião.